SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) – Subiu para sete o número de suspeitos mortos após a ação que resultou na morte de um agente da Polícia Federal na sexta-feira (15) no bairro de Valéria, periferia de Salvador.
A Secretaria da Segurança Pública da Bahia informou que dois suspeitos foram localizados neste domingo (17) em um conjunto habitacional no bairro de Periperi.
Eles foram avistados saindo de uma área de mata fechada e se escondendo em um apartamento. De acordo com a secretaria de segurança, os policiais tentaram prender os suspeitos, que teriam atirado contra as equipes das forças de segurança.
Os dois suspeitos foram baleados e socorridos, mas não resistiram aos ferimentos, informou a polícia. Com eles foram apreendidos um fuzil, uma carabina, carregadores e munições.
No sábado (16), a polícia localizou outros dois suspeitos. Um deles morreu em troca de tiros em Periperi, segundo a Secretaria de Segurança. Outro foi preso no Residencial Parque das Bromélias.
A operação foi deflagrada na sexta-feira (15) e reuniu Polícia Federal, Polícia Militar e Polícia Civil em ação contra uma organização criminosa envolvida com tráfico de drogas e armas e homicídios no bairro de Valéria. Outros dois policiais ficaram feridos na ação.
Dentre os demais mortos na ação policial está Uélisson Neves Brito, conhecido como Cara Fina, que fazia parte da lista da Secretaria de Segurança dos foragidos mais perigosos do estado. Com ele e os outros três mortos, foram encontrados dois fuzis, uma submetralhadora e duas pistolas.
A morte do policial federal Lucas Caribé Monteiro causou consternação entre as forças de segurança pública e autoridades. Na noite desta sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou a morte do policial.
“Lucas fez parte da equipe designada pela PF para a minha segurança na Bahia, durante a campanha eleitoral e também agora, na Presidência. Cumpriu sua missão com exemplar profissionalismo. Meus sentimentos aos familiares, amigos e colegas.”
Em entrevista à imprensa, o secretário de Segurança Pública, Marcelo Werner, destacou empenho total na captura dos traficantes que acertaram três policiais: “Estamos com equipes na região e não descansaremos até encontrarmos todos os criminosos envolvidos.”
Na manhã deste sábado, foi realizada uma reunião entre as cúpulas da Secretaria da Segurança Pública e da Polícia Federal para definir novas ações de inteligência e de repressão do crime organizado.
A Bahia enfrenta um de seus momentos mais graves na gestão da segurança, com o acirramento da guerra entre facções, chacinas e escalada da letalidade policial, com epicentro nas periferias das cidades, cujas famílias vivenciam a morte diária de uma legião de jovens negros e pobres.
Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam a Bahia como o estado com maior número absoluto de mortes violentas do Brasil desde 2019. Em 2022, o estado conseguiu reduzir em 5,9% o número de ocorrências, fechando o ano com 6.659 assassinatos.
A Bahia foi, no ano passado, o estado com mais mortes decorrentes de intervenção policial, com 1.464 ocorrências –o que dá uma média de 28 casos por semana. Desde 2015, o número de mortes registradas como autos de resistência quadruplicou no estado.
JOÃO PEDRO PITOMBO / Folhapress