O número de mortes causadas pelas enchentes no Sudeste Asiático ultrapassou 1.200, segundo balanços divulgados por governos e autoridades locais nesta terça-feira (2). Nas últimas semanas, chuvas torrenciais e inundações catastróficas atingiram o Sri Lanka, partes da ilha de Sumatra – na Indonésia -, o sul da Tailândia e o norte da Malásia.
Em Sumatra, o número de vítimas chegou, nesta terça-feira, a 708 mortos e 504 desaparecidos, segundo a agência de gestão de desastres. A instituição havia informado anteriormente 753 mortes, de acordo com a Reuters, mas revisou o dado logo depois, sem explicar o motivo.
“A água chegava até o meu pescoço, subiu quase dois metros. Todos os móveis estão danificados. Tenho apenas a roupa que estou vestindo “, relatou Misbahul Munir, 28, à AFP. Ele é morador de Aceh Norte, na ponta norte de Sumatra.
O nível das águas baixou, mas centenas de milhares de pessoas tiveram que deixar suas casas e buscar refúgio em abrigos, onde lutam para conseguir água e alimentos.
Nesta segunda-feira (1º) o governo da Indonésia anunciou o envio de 34 mil toneladas de arroz e 6,8 milhões de litros de óleo de cozinha para as províncias de Aceh, Sumatra do Norte e Sumatra Ocidental, as mais afetadas. As organizações de ajuda humanitária afirmam trabalhar intensamente para transportar suprimentos às áreas devastadas, diante do temor de que os mercados locais fiquem sem produtos essenciais.
“Comunidades em toda Aceh estão sob grave risco de escassez de alimentos e fome se as linhas de abastecimento não forem restabelecidas nos próximos sete dias”, alertou o grupo de ajuda Islamic Relief.
No Sri Lanka, o balanço atualizado aponta 410 mortos e 336 desaparecidos. As enchentes no país foram causadas em decorrência de um ciclone. A expectativa é de que o nível das águas comece a baixar nos próximos dias, já que as chuvas cessaram na capital, Colombo, na segunda-feira. O governo anunciou que ainda está avaliando a dimensão dos estragos ocasionados pelas chuvas no centro do país, região mais afetada, enquanto as equipes de emergência tentam liberar estradas bloqueadas.
Anura Kumara Dissanayake, presidente do Sri Lanka, declarou estado de emergência no país em decorrência das enchentes. Ele afirmou que o caso trata-se do “maior e mais difícil desastre natural” da história do país desde o tsunami de 2004, que matou quase 31 mil pessoas e deixou mais de um milhão de desabrigados.
Na Tailândia, segundo divulgado pelas autoridades nesta segunda, 176 pessoas morreram. A tragédia é uma das mais letais relacionadas a fenômenos climáticos no país em uma década. O governo enviou ajuda, no entanto, houve críticas sobre sua atuação frente às inundações. Dois funcionários do governo foram suspensos pela resposta inadequada diante da emergência.
Grande parte da Ásia enfrenta atualmente a temporada anual de monções, que provoca chuvas fortes e geralmente resulta em deslizamentos de terra e enchentes, agravadas pela crise climática e as mudanças resultantes de temperatura, pressão e umidade globais.



