Entre mortes, pressão global e falta de informações, guerra na Ucrânia completa um ano

Com motivações geopolíticas, conflito armado não possui números certos e o fim parece distante; confira o que diz o professor e escritor Gilberto Abreu

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Foto: Agência Brasil

Rússia e Ucrânia completam, nesta sexta-feira (24), um ano de conflito armado. Milhares de vidas foram ceifadas, milhões de pessoas tiveram de deixar suas casas para tentar a vida em outros países e milhões de crianças abandonaram as escolas. Verdades e mentiras são espalhadas não apenas pela internet, mas também por fontes oficiais.

Para se ter uma ideia do desencontro de informações, o número de mortos varia, dependendo da fonte, de cerca de 7 mil, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a mais de 300 mil, de acordo com fontes militares consultadas por mídias europeias.

Ao Grupo Thathi, o professor e escritor, Gilberto Abreu, afirmou que o conflito é movido por motivações geopolíticas, e repete uma história já conhecida. Para Abreu, Putin copia Adolf Hitler, lider nazista que, em 1938, anexou a Austria com o objetivo de formar a “Grande Alemanha”. No ano seguinte, em setembro de 1939, a Polônia foi invadida por Hitler, que ainda sonhava com o mesmo plano.

“A história acontece pela primeira vez como tragédia, e se repete como farsa. em 1938, Adolf Hitler anexou a Áustria em episódio chamado “Anschluss”. O povo austríaco é o mesmo povo alemão, e o próprio Hitler tinha origem austríaca. Era o plano de fazer a “Grande Alemanha”, ressaltou o professor.

Na Ucrânia, a situação é semelhante. Durante o processo do império russo, na época soviética, os russos se espalharam por várias repúblicas e territórios. Uma população significativa deste povo, na Criméia, território reivindicado por ambos os países e que foi invadido em 2014 e anexado em 2015 pela Rússia, teria sido o estopim para o conflito entre os países, tendo em vista o objetivo de ‘russificação’.

O pretexto para defesa dessa população, ainda de acordo com o professor, esconde a verdadeira ambição de Vladimir Putin, que não se difere do plano nazista tentado por Hitler.

O objetivo principal deste conflito, segundo Abreu, é ampliar o território russo, que já é o mais extenso do planeta. Sendo assim, a motivação geopolítica do conflito é clara. Isso justifica as ameaças do ocidente e por tropas Otan.

As ameaças ocidentais, no entanto, não representam real perigo físico ao território administrado por Putin. Este é somente um pretexto para a expansão do território russo. Sendo assim, a invasão na Ucrânia e todo o ataque bélico, dentro deste contexto, é visto como defesa russa contra tais ameaças territoriais.

“Essa guerra tem motivações geopolíticas claras do poderio Russo, que justifica as ameaças do ocidente e de tropas da Otan. E não é questão de espaço vital, a Rússia tem o dobro do território do Brasil, e não há nenhuma ameaça clara de ataque contra a Rússia. Esse é um pretexto que Putin utiliza para expandir o seu território”, explicou Abreu.

A guerra ainda pode se prolongar, e o receio mundial é de que ela afete outros países do planeta além da Ucrânia. Até o momento, não há um número preciso sobre mortos, desabrigados e refugiados.

*Contém informações de Agência Brasil.