O Hamas declarou nesta quinta-feira (9) o fim da guerra contra Israel após dois anos de conflito em Gaza. O anúncio foi feito por um dos principais líderes do grupo terrorista, Khalil Al-Hayya, horas antes de o gabinete de segurança do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, se reunir para avaliar o acordo de paz firmado no Egito na quarta-feira (8).
Al-Hayya afirmou que recebeu garantias dos mediadores, que incluem a Turquia, o Qatar e o governo dos Estados Unidos. O cessar-fogo entra em vigor imediatamente, e a expectativa é de que o Exército israelense comece a retirada gradual das tropas de Gaza nas próximas horas.
O acordo de paz prevê que, nas primeiras 24 horas, os militares recuem para uma linha de segurança que permita ao Hamas reunir todos os reféns. Em até 72 horas, os sequestrados ainda vivos deverão ser libertados, enquanto Israel negociará a soltura de prisioneiros palestinos. Não há clareza se os corpos dos reféns mortos também serão recuperados no mesmo período.
O ministro das Relações Exteriores israelense, Gideon Sa’ar, afirmou que Israel está comprometido com os termos propostos, que incluem a criação de uma força internacional transitória de estabilização do território palestino e a manutenção de uma zona tampão sob controle de Tel Aviv, inclusive na fronteira com o Egito.
Apesar da trégua, o fim do conflito não representa a retirada total das tropas israelenses nem a normalização imediata da região. A segunda fase, ainda a ser debatida a partir das diretrizes do plano anunciado por Trump, prevê a retirada para uma segunda linha de recuo, ainda dentro de Gaza, apenas após o estabelecimento da força internacional.
O presidente americano Donald Trump, que intermediou o acordo, celebrou o resultado e conversou por telefone com Netanyahu, classificando o entendimento como uma “conquista histórica”.
O anúncio do cessar-fogo foi recebido com celebrações em Tel Aviv, especialmente na Praça dos Reféns, símbolo dos protestos pelo fim da guerra. Familiares de sequestrados agradeceram a mediação internacional e políticos da oposição, como Yair Lapid e Benny Gantz, foram ao local e tiraram fotos com manifestantes.



