A Polícia Civil do Rio de Janeiro afirmou nesta terça-feira (3) que é falsa a notícia sobre a morte de Japinha do CV, mulher apontada por envolvimento com o tráfico de drogas no Rio de Janeiro. Segundo divulgado pelas autoridades, nenhuma mulher morreu durante a ação policial.
Desde a última terça-feira (28), quando a Operação Contenção foi deflagrada, começaram a circular nas redes sociais e em aplicativos de mensagens imagens que apontavam a morte de Japinha. Os vídeos mostram uma pessoa caída em um beco da comunidade, vestindo roupa camuflada e com cabelo cacheado.
De acordo com a polícia, a pessoa que aparece no vídeo é Ricardo Aquino dos Santos, de 22 anos, que está entre os 121 mortos na megaoperação. Ele é natural da Bahia e, segundo as autoridades policiais, tem histórico criminal e dois mandados de prisão ativos.
Perfis nas redes sociais associados a Japinha do CV usam os nomes Maria Eduarda Santos e Penélope. Nessas páginas, foram compartilhadas imagens dela segurando fuzil, ao lado de pessoas armadas, além de vídeos e músicas com referências ao tráfico e ao Comando Vermelho. Não há, contudo, elementos que confirmem a presença dela nos complexos da Penha e do Alemão.
Em buscas em registros públicos, com apelidos e nomes atribuídos a ela – que parecem incompletos -, a reportagem não encontrou investigações, denúncia, mandados de prisão ou registros de ocorrência.
A circulação da notícia falsa gerou a criação de dezenas de perfis fakes em redes como Instagram, X (antigo Twitter) e TikTok, atribuídos a Japinha.
Segundo a lista divulgada pela polícia, todos os civis mortos durante os confrontos com as forças de segurança são homens. Desses, 44 (o que representa 38%) nasceram no estado do Rio de Janeiro. A média e a mediana de idade é de 28 anos, e cerca de um terço deles não possui registro do nome do pai.
Metade dos mortos tinha pelo menos um mandado de prisão ativo ou, no caso de um adolescente, ordem de busca e apreensão. O mais novo, de 14 anos, era investigado por “fato análogo ao crime de estupro de vulnerável”. O mais velho, Jorge Benedito Barbosa, de 55 anos, conhecido como Pará, já havia sido condenado por roubo.
O relatório com os perfis dos mortos reúne documentos como RG, CPF, fotos, informações sobre mandados de prisão e histórico criminal.



