Polícia Federal investiga aluguel de ambulâncias em Ribeirão

Denúncia foi feita com exclusividade pelo Grupo Thathi de Comunicação; prefeitura diz que está colaborando

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Agentes federais chegam com malotes de documentos apreendidos - Foto e Vídeo: Gleice Lira

A Polícia Federal abriu inquérito para investigar as contratações de serviços, feitas com dispensa de licitação, para o combate à pandemia de Covid-19 em Ribeirão Preto. Um dos alvos das investigações é o aluguel, por R$ 1,1 milhão, de quatro ambulâncias para atendimento a pacientes na cidade.

O Grupo Thathi de Comunicação divulgou, com exclusividade, a denúncia, feita por um dos concorrentes, de direcionamento do processo de dispensa de licitação e de tratamento diferenciado dado a um dos concorrentes, cujo dono foi cabo eleitoral do prefeito Duarte Nogueira (PSDB) nas últimas eleições.

A PF já ouviu parte dos envolvidos no caso e chegou a realizar operações de buscas por documentos. A investigação foi iniciada pela PF por conta da origem das verbas de combate à pandemia, que são, em grande medidas, federais. O Ministério Público Paulista também investiga o caso, assim como a Câmara municipal, que abriu uma Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o assunto.

Diligências

O radialista Linconl Fernandes informou, em seu programa Thathi Repórter, que a Polícia Federal fez diligências na prefeitura, na empresa escolhida na dispensa de licitação e na casa dos donos na tentativa de recolher documentos sobre o caso. Agentes também foram flagrados na secretaria de Administração, recolhendo materias. Procurada oficialmente, a PF não confirmou.

Em nota, o prefeitura informou que “contribui integralmente com os órgãos competentes, em especial a polícia Federal e já apresentou todas as informações solicitadas” e que “apoia a ação da PF para que se comprove a lisura no certame do contrato dos veículos, realizado com total transparência, pela Secretaria de Administração”.

O caso

Segundo o empresário José Renato Cabrera, que apresentou proposta derrotada para executar o serviço, o processo foi completamente irregular, com contatos inadequados entre funcionários da prefeitura e a empresa vencedora.

“Eles trocaram e-mails durante o fim de semana, a funcionária conversou com o dono da empresa vencedora por Whatsapp”, disse empresário, que apresentou provas da comunicação. O empresário já foi ouvido pela PF.

Ainda segundo Cabrera, o processo foi direcionado para beneficiar a empresa SOS Assistência Médica, cujo proprietário possui relações pessoais com Duarte Nogueira. “Eles são irmãos de maçonaria. Essa licitação foi acertada dentro da maçonaria, e muita coisa errada aconteceu nesse processo”, disse.