Disputa por “corredor de drogas” ajuda a explicar conflito armado no Equador

Militares do Equador fazem pronunciamento sobre a onda de violêcia / Foto: Reprodução
Militares do Equador fazem pronunciamento sobre a onda de violêcia / Foto: Reprodução

Uma recente onda de violência entre narcotraficantes e agentes de segurança no Equador deixou pelo menos 13 mortos e 70 presos, de acordo com autoridades locais até a manhã desta quarta-feira (10). Há registros de sequestros de policias e uma série de explosões.

O presidente Daniel Noboa decretou “conflito armado interno” e colocou o Exército e a polícia nas ruas para tentar conter o avanço da violência no país. A revolta das facções começou após o governo anunciar estado de exceção na segunda-feira.  

As medidas de segurança foram acionadas após da fuga da prisão de Adolfo Macías, conhecido como Fito, o líder da facção criminosa Los Choneros, considerada uma das mais perigosas do país.

Em entrevista ao “Jornal Novabrasil” Vitelio Brustolin, professor de Relações Internacionais da UFF e pesquisador de Harvard, explica que o Equador fica no meio dos dois maiores produtores de cocaína do mundo, a Colômbia e o Peru. Existe uma disputa dentro do narcotráfico equatoriano pelo controle do corredor de drogas na região.

Ele diz que dentro desse contexto existem duas questões que se destacam: “O ingresso de narcotraficantes no estado, como a influência sobre as forças armadas e no executivo, mas especialmente dentro dos presídios do Equador. Então o ato do presidente do Equador de decretar estado de exceção na segunda-feira, que desencadeou a revolta, foi pela tentativa de aumentar os controles nos presídios.”.

Na opinião de Vitelio Brustolin, o caminho para resolver o problema parte de medidas internacionais: “Não adianta você tentar resolver o problema só no Equador e na fronteira com o Equador, na fronteira com a Colômbia e o Peru ou em um grande mercado consumidor. Como seria resolvido então? Através de organizações internacionais, mas neste momento o sistema internacional todo está em cheque depois da invasao da Rússia na Ucrânia, a própria ONU, aprofundou a crise interna. Ontem, a organização dos estados americanos condenou os atos que ocorrem n Equador, mas só essa condenação não ajuda, há medidas mais efetivas.”.

O presidente do Equador também decreto toque de recolher e declarou estado de emergência e todo o país. Além disso, o Ministério da Educação do Equador suspendeu as aulas presenciais em todo o país até a próxima sexta-feira (12).

Confira a entrevista completa concedida aos apresentadores Roberto Nonato e Raphael Thebas:

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