Vídeo | “Só vou fechar a loja quando estiver preso lá em Serrana”, afirma lojista que teve comércio lacrado em Ribeirão

Eduardo Cornélio durante entrevista ao Grupo Thathi - foto: Reprodução

O comerciante Eduardo Cornélio, que teve seu comércio lacrado, na última segunda-feira (6), depois de afrontar a Guarda Civil Metropolitana e a Fiscalização Geral da Prefetura de Ribeirão Preto, pretende continuar com sua loja, que vende roupas femininas no Centro da cidade, aberta. Ele declarou que só irá fechar o local “quando estiver preso em Serrana”. “Enquanto isso não ocorrer, sigo aberto”, disse. 

O comerciante fez referência à penitenciária de Serrana, para onde geralmente são levados os presos da região para cumprimento de pena. A declaração foi dada em entrevista exclusiva ao repórter Corrêa Junior, do Grupo Thathi.

“Minha luta é para manter o ganha pão da minha família, né!? Eu tenho meus filhos que eu preciso sustentar, tenho meus sonhos, que nesta pandemia estão apagados há quatro meses. Está tudo atrasado: aluguel, condomínio, prestação da casa, tudo. Já tive que vender o carro, mandar três mães de família embora, eu não tenho mais como ficar fechado”, informou Cornélio.

Na última segunda-feira (6), uma matéria publicada pelo Grupo Thathi relatou que o comerciante recebeu ordens para fechar o comércio, após uma vistoria da Guarda Civil Municipal e a Fiscalização Geral. Houve bate boca e um boletim de ocorrência foi registrado, no qual o comerciante e a mulher dele são acusados de agressão pelos fiscais.

Plano São Paulo

Vale lembrar que, devido a classificação atual de Ribeirão Preto no Plano São Paulo, que determina o nível de abertura do comércio, apenas os serviços essenciais podem continuar funcionando normalmente, caso contrário, o comércio será lacrado e o lojista receberá uma multa. Foi o que ocorreu com Córnelio, flagrado com o comércio aberto pelos agentes.

Depois da confusão, uma manifestação de comerciantes, consequente da ação das medidas de restrição ao funcionamento do comércio impostas na cidade, aconteceu em frente ao Palácio Rio Branco, sede da Prefeitura de Ribeirão Preto.

Manifestação

Os comerciantes se juntaram à causa de Cornélio, e questionaram a reabertura do comércio e as medidas de prevenção utilizadas pelo prefeito Duarte Nogueira. 

“Nós, comerciantes de Ribeirão, nos unimos para que a gente possa trabalhar, como o prefeito está trabalhando, como as obras do prefeito estão trabalhando, como a lotérica aqui na frente está trabalhando, como a farmácia está trabalhando. Quem é o prefeito pra escolher quem vai morrer e quem não vai!? Ele quer me defender ou ele quer me falir”, disse Cornélio.

Segundo o comerciante, a decisão de permanecer com a loja aberta simboliza o direito dele de lutar pela sobrevivência da família.

“Eu vou continuar lutando pelo meu direito de ser humano, pelo meu direito de sobrevivência, porque tive que pedir dinheiro para minha mãe para comer, e minha mãe é uma aposentada. Eu não vou aceitar isso”, finalizou o comerciante.

Através de uma nota, a Prefeitura de Ribeirão Preto informou, através do Departamento de Fiscalização Geral, que um Boletim de Ocorrência por desobediência já foi feito, e o caso está sob análise do Ministério Público, que tomará as devidas providências.

Confira a entrevista com Eduardo Cornélio:

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