Com provas, fica impossível absolver quem comanda o clube

Elias Aredes
Elias Aredes
Elias Aredes Junior é jornalista formado desde 1994. Já trabalhou nos jornais Diário do Povo, Tododia e agora está no Correio Popular. Também atuou na TV Século 21, Rádio Central e atualmente está na Rádio Brasil. É responsável pelo portal Só dérbi (www.soderbi.com.br)
Emdec faz operação especial de trânsito no sábado para jogo Ponte Preta e Sampaio Corrêa
Créditos: Divulgação/Prefeitura Municipal de Campinas

Ninguém escapa de andar na rua e conversar sobre futebol. Todo mundo quer debater e refletir sobre o tema. Quando falamos de Ponte Preta, o interesse sobe a um nível impossível de descrever. Fórmulas, métodos e saídas são pensados para o quadro vivido pela Macaca. Ninguém quer ver a equipe na terceira divisão nacional.

Os defensores da atual administração, comandada por Marco Antonio Eberlin, tem um discurso pronto:  que é preciso pesar o fato de que a atual direção pegou uma agremiação desmantelada, com problemas financeiros, punição por intermédio de Transferban, entre outros fatos extemporâneos. Citam as dívidas contraídas por outros presidentes, a ausência de estrutura, as obras realizadas no estádio Moisés Lucarelli, as reformas dos alojamentos para as categorias de base, entre outros itens. Ah! Sem contar o plano de pagamento da Justiça Trabalhista, que é um feito da atual administração.

Já ouvi estes argumentos centenas de vezes. Ok. Digamos que todos os torcedores aceitem tal explicação. Só tem uma “pegadinha” nesse debate: os defensores da atual administração não querem apenas que se pondere este cenário e diminua o percentual de culpa dos dirigentes. Eles querem absolvição total e completa do presidente e de seus aliados. Ou seja, em caso de rebaixamento ou de uma campanha pífia dentro de campo, não querem que o presidente – ou qualquer integrante da Diretoria – seja responsabilizado e que toda a culpa apagada e transferida para outros presidentes. Culpar o passado e absolver o presente.

Desculpe, mas a conjuntura desenhada não para em pé. Existem fatos que responsabilizam a atual diretoria executiva e o seu presidente de maneira direta. Detalhe: não falo nada referente a algum ato que demonstre um preceito negativo ou de má intenção. Falo de decisões tomadas na gestão, que são de responsabilidade de seus protagonistas, e que geraram consequências ruins.

Como posso absolver a atual diretoria da escolha de Felipe Moreira? Nada contra o profissional, mas estava claro desde o início a alta rejeição existente nas arquibancadas do estádio Moisés Lucarelli. Tenho informações que Moreira era trabalhador, dedicado e estudioso, mas o torcedor não o queria. Ponto final. De que maneira posso absolver a diretoria pela falta de comunicação com a sua torcida? Não há entrevistas coletivas ou individuais com os integrantes da Diretoria Executiva. Não existe sequer uma palavra de incentivo para tirar a Ponte Preta deste buraco.

Não há como absolver uma Diretoria Executiva sem retorno em suas contratações. Ou alguém está satisfeito com Thomaz Kayck, Igor Torres e outros menos cotados? Como vou inocentar a diretoria sobre a enorme rejeição existente entre as mulheres pontepretanas a respeito do patrocínio de um site de acompanhantes na parte frontal da camisa? Em uma modalidade consumida por crianças e adolescentes, não é de bom tom uma instituição conceder espaço de sua camisa para tal ação. O dinheiro era bom? Sim, mas devolvo com outro questionamento: por que a Ponte Preta não consegue mais anunciantes de peso e com grande alcance econômico? Será que não é o caso de discutir como retomar essas marcas de peso?

Poderia citar outros fatos especulados e cotados. Não vou. Por um motivo: certamente a Diretoria Executiva negaria as informações. Ficaria o dito pelo não dito. Já os fatos citados são claros, cristalinos e de domínio público. Demonstram, de modo cabal, a impossibilidade de absolver por completo uma Diretoria Executiva que conduz uma campanha decepcionante na Série B do Campeonato Brasileiro.

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