Congelamento de óvulos nas empresas: liberdade ou mais pressão às mulheres?

Mulher 4.0
Mulher 4.0
O Mulher 4.0 é um quadro dentro do programa Mesa Pra Dois, da Novabrasil. Todos os dias, as jornalistas Aline Dini e Michelle Trombelli abordam temas do universo feminino, como carreira, maternidade, direitos, saúde e bem-estar. Aline trabalha há mais de 15 anos com temas como fertilidade, saúde e bem-estar da mulher e é criadora do canal “Mãe aos 40”. Michelle tem mais de duas décadas de experiência em reportagem e apresentação em rádio e TV e já recebeu mais de 10 prêmios nacionais.
Óvulos | Foto: Pixabay
Óvulos | Foto: Pixabay

Foi-se o tempo em que carreira e vida pessoal – aí incluída a maternidade – eram vistas como algo dissociáveis. As questões de casa vão para o trabalho e as do trabalho para casa, sim! E quanto mais satisfeito o colaborador estiver, melhor será seu rendimento no trabalho. 

O mercado de trabalho sabe disso e é por este e outros motivos que oferece a seus colaboradores diversos benefícios além dos tradicionais, que podem incluir: academia, terapia e, mais recentemente, existem empresas oferecendo os chamados “fertility benefits”, ou seja: serviços voltados à fertilidade, como congelamento de óvulos e fertilização in vitro. 

Esse movimento começou em 2014, quando empresas como Apple, Facebook e Google passaram a oferecer o congelamento de óvulos para fins sociais, conhecido como social freezing. Segundo as companhias, o objetivo era dar aos funcionários mais liberdade para realizar o planejamento familiar de acordo com sua vontade e momento de vida, de forma que a maternidade não fosse uma barreira. Segundo o The Fertility IQ Builder 2017/2018, empresas de tecnologia são as que mais investem nesse tipo de cobertura. 

No Brasil, grandes empresas passaram a oferecer também benefícios de fertilidade como forma de atração e retenção de talentos. Dentre elas, destacam-se: Linkedin, Mercado livre, Laboratórios Ferring, Meta, Microsoft, Grupo Fleury.

Liberdade ou pressão a favor do adiamento da maternidade?

As empresas citadas acima enfrentaram fortes críticas a respeito da interpretação que ao adotar tal política estariam passando a mensagem de que o trabalho era mais importante do que a família, de forma que as pessoas poderiam congelar óvulos para adiar ainda mais a maternidade. O questionamento é válido caso a empresa não tenha programas de acolhimento da maternidade ou para reter mulheres e mães, inclusive com programas de liderança feminina. Agora, se a empresa já tem uma conduta exclusiva, não manda embora as mães que voltam da licença maternidade – realidade que acontece com metade das mães após a volta da licença, segundo um estudo da FGV – o questionamento também precisa ser reavaliado. 

Vale lembrar que o adiamento da maternidade sem o prévio planejamento reprodutivo é crescente no Brasil e tem impactos negativos quando a mulher decide, já perto doas 40 anos iniciar as tentativas de gravidez e percebe que as chances de engravidar já não são as mesmas que tinha aos 30 anos, por exemplo. Nesse sentido, o benefício, que tem alto custo financeiro veio para dar mais escolhas e liberdade para essa mulher se tornar mãe no seu melhor momento de vida. Vale dizer também que não é apenas o congelamento que é oferecido como benefício. Em diversas companhias, existe auxílio para a própria Fertilização in Vitro, um procedimento de alta complexidade e que aumenta as chances de gravidez quando já existe uma dificuldade para engravidar. 

E você, o que pensa sobre o assunto? 

Preparei um post com mais detalhes sobre como funcionam esses benefícios de fertilidade: clique e confira!

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