Praia Grande organiza atendimentos sociais, de saúde e educação para os refugiados afegãos

Foto: Divulgação / Prefeitura de Praia Grande

A Prefeitura de Praia Grande está desenvolvendo ações para dar mais qualidade de vida para os 128 refugiados afegãos que estão hospedados na cidade desde a última sexta-feira (30). De acordo com a administração municipal, atendimentos dos serviços sociais e de saúde municipais estão sendo realizados. Outras atividades, como da área da educação e também ações do Governo Federal, estão programadas para os próximos dias. Das 128 pessoas instaladas na colônia de férias do Sindicato dos Químicos no Solemar, 91 são adultos e 37 crianças.

“Praia Grande é uma cidade que acolhe. Tivemos uma falta de comunicação por parte do Governo Federal e que foi resolvida beneficiando essas pessoas. Agora, O Município está organizando serviços para que essas pessoas possam ter mais qualidade de vida nesse período em que permanecerem aqui. Estamos todos juntos pelo bem dessas pessoas”, comentou a prefeita da cidade, Raquel Chini.

Segundo a prefeitura, a equipe da Secretaria de Saúde Pública (Sesap) realizou o levantamento sanitário dos afegãos e constatou que eles estão saudáveis e sem sinais de sarna. A Sesap realizou ainda a vacinação de alguns afegãos contra a covid-19, sarampo e pólio. O serviço municipal foi solicitado pelo GVE (Grupo de Vigilância Estadual).

Ainda de acordo com a administração municipal, foram realizadas reuniões nesta segunda-feira (3), que definiram os detalhes da nova ação da prefeitura para a próxima quinta-feira (6). Profissionais da Sesap estarão no local para efetuarem atendimentos médicos, vacinação e coleta de exames laboratoriais. Outro destaque fica por conta das atividades de prevenção em saúde bucal que também serão desenvolvidas.

Participaram da reunião, além da prefeita de Praia Grande, Raquel Chini, e o secretário de Saúde Pública da Cidade, Cleber Suckow  Nogueira, o interlocutor de Políticas Migratórias do Ministério daJustiça, Paulo Illes, além de representantes do Governo Federal, profissionais do Departamento Regional de Saúde (DRS-IV) da Baixada Santista e do Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) do Estado e ainda o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), da Organização Internacional para as Migrações (OIM) e do Sindicato dos Químicos de São Paulo.


Ainda ficou definido um plano de ação para o atendimento em Saúde dos afegãos, com indicação de equipe municipal para casos mais básicos com suporte da Unidade de Saúde da Família (Usafa) Solemar, equipamento que fica localizado próximo de onde os afegãos estão hospedados. Também foi apontada a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Samambaia para acolher os pacientes que necessitem de atendimento emergencial.

As autoridades também definiram os próximos passos em relação a legalização da estadia desses refugiados no Brasil. O visto humanitário que receberam ao chegar no País tem validade de 90 dias, porém, a permanência definitiva carece de alguns documentos emitidos no Brasil.

“A partir desta terça-feira, o atendimento social do Município começa a preencher o CadÚnico, cadastro que permite acesso aos programas de transferência de renda do Governo Federal. Outras entidades responsáveis pela emissão de documentos como CPG, RG, além da Polícia 
Federal, também efetuarão atendimento para encurtar o caminho da documentação definitiva de permanência. A partir daí será possível a Secretaria de Educação efetuar ações voltadas as crianças que também fazem parte desse grupo de refugiados”, explicou o secretário de 
Assistência Social da Cidade, José Carlos de Souza.

Vídeo: João Leite


Entenda mais sobre

Os refugiados deixaram o Aeroporto de Guarulhos por volta das 18h do dia 30 de junho, quando tiveram autorização para vir ao litoral de São Paulo, onde teriam abrigo garantido.

Durante a viagem, porém, ainda na estrada, um fiscal da prefeitura foi à colônia e fechou o local, no bairro Solemar, pois pelo menos 20 refugiados afegãos foram diagnosticados com escabiose, doença popularmente conhecida como sarna, mas pouco tempo depois, a passagem foi liberada e o município se solidarizou com a situação dos imigrantes afegãos, que estavam no aeroporto sem condições de higiene e saúde. A princípio, os afegãos vão ficar 30 dias no município, podendo ter a estadia renovada.

Sarna

A sarna, também chamada de escabiose, é uma doença contagiosa que se caracteriza por provocar coceira intensa na pele. É causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei, variedade hominis, e o contágio ocorre por contato direto com o paciente ou objetos contaminados.

A sarna se espalha rapidamente por meio do contato físico nas famílias, escolas ou casas de repouso.


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