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Ex-assessora registra boletim de ocorrência contra vereador após denúncia de rachadinha

Jéssica Piccinin procurou a Polícia Civil para denunciar o vereador Damião Brito (Rede Sustentabilidade).

Vereador Damião Brito foi denunciado por suposta rachadinha | Foto: Angelo Cardoso

A ex-chefe de gabinete do vereador Damião Brito (Rede Sustentabilidade), psicóloga Jéssica Piccinin, registrou um boletim de ocorrência contra ele na Polícia Civil e afirmou temer pela própria vida, após a revelação de suspeitas de esquema de rachadinha. Brito é vereador em Araçatuba (SP) e está em seu primeiro mandato.

Jéssica relatou à Polícia que foi convidada pelo vereador para integrar sua equipe no gabinete, com salário de R$ 2.500,00 mensais e expediente das 8h às 17h30.

No entanto, ao comparecer ao banco para abertura de conta destinada ao recebimento dos vencimentos, a gerente da agência informou que seria preciso agendar os saques, uma vez que o montante era elevado e não estaria prontamente disponível.

Segundo o relato, a funcionária demonstrou surpresa e questionou a situação, quando então a gerente esclareceu que o salário registrado na conta era de R$ 13 mil, valor muito superior aos R$ 2.500,00 inicialmente combinados.

Conforme descrito no boletim de ocorrência, ao voltar ao gabinete, a assessora informou ao vereador que havia tomado conhecimento do valor real pago pela Câmara a um chefe de gabinete e que não poderia receber apenas os R$ 2,5 mil acordados.

Proposta sob Pressão

A ex-funcionária relatou que o parlamentar teria reagido de forma exaltada, afirmando que, ainda que o salário fosse de R$ 50 mil, o dinheiro pertencia a ele. Ela teria contestado, argumentando que ele não foi transparente durante a entrevista. Ao final da discussão, segundo o documento policial, o vereador teria proposto: “Então vamos fazer assim, não é o certo, mas vamos fazer. Você fica com os R$ 2 mil e o ticket alimentação, e o restante você me entrega”.

Jéssica afirmou que concordou e entregou o valor excedente, motivada pelo medo de possíveis retaliações. Após a conversa, segundo o boletim de ocorrência, o vereador exibiu um vídeo de Marcola, líder do PCC, para a intimidar, afirmando ser primo do criminoso, o que a deixou amedrontada.

Ela também declarou que a arma do vereador permanecia sobre sua mesa de trabalho e que ele pressionava todos os funcionários do gabinete, obrigando-os a devolver parte dos salários e dos tickets alimentação, permitindo que ficassem apenas com o montante que ele autorizava.

A ex-assessora relatou ainda que adoeceu após esse episódio e apresentou atestado médico que a afastou por dez dias. Mesmo durante o período de licença, o vereador teria ido até a portaria do edifício onde ela reside para cobrar o dinheiro.

Demissão e Ameaças

Quando retornou às atividades, o parlamentar teria comunicado que ela não possuía o perfil adequado para a função, justamente por não aceitar as condições que ele impunha.

Após a exoneração, a mulher contou que enviou várias mensagens ao vereador solicitando a devolução do dinheiro e “diversas outras mensagens, na hora da raiva”. Nesse contexto, segundo a ex-assessora, a esposa do vereador teria feito acusações de que ela havia criado um perfil falso e que possuía provas disso. Na sequência, teria proferido a ameaça: “Você está mexendo com gente grande”.

A vítima relatou que expôs a situação ao Departamento de Recursos Humanos, desabafando sobre o ocorrido, mas não recebeu ajuda naquele momento. Depois, soube, pela imprensa, nessa quinta-feira (16), que o RH da Câmara havia denunciado o vereador por suspeita de envolvimento em rachadinha.

Outro lado

O advogado Evandro Silva, que defende o vereador Damião Brito neste caso, enviou a seguinte nota à imprensa a respeito do registro do boletim de ocorrência pela ex-assessora:

“Tomamos conhecimento do referido boletim de ocorrência apenas pela imprensa.
Até o momento, não houve qualquer intimação ou comunicação oficial por parte das autoridades competentes.
Trata-se, portanto, de um registro unilateral de relato, desacompanhado de provas, que não configura denúncia formal nem implica qualquer imputação criminal.

O vereador reafirma seu comprometimento com a legalidade e o respeito às instituições, e informa que, quando formalmente intimado, prestará todos os esclarecimentos necessários, colaborando integralmente com eventuais apurações.”

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