Governo não deve prorrogar CPI do MST, avaliam deputados

Lula Marques/Agência Brasil - CPI DO MST
Lula Marques/Agência Brasil - CPI DO MST

A CPI do MST, que investiga atos do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), tem grandes chances de estar caminhando ao fim. A comissão retomou as discussões na primeira semana de agosto e, desde então, tem escutado uma série de depoimentos.

O presidente da comissão, Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS), anunciou que vai encaminhar um pedido de prorrogação dos trabalhos do colegiado, por mais 60 dias, ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PL-AL), ainda nesta semana.

A comissão está prevista para encerrar no começo de setembro.

Na manhã desta quarta-feira (9), Arthur Lira anulou a convocação de Rui Costa, ministro-chefe da Casa Civil, pela CPI. O ministro seria ouvido em sessão hoje à tarde. Lira atendeu a um recurso contra a convocação apresentado pelo deputado federal Nilto Tatto (PT-SP), que alegou não haver “fato determinado” para obrigação de Costa comparecer à comissão.

O jornalismo da Novabrasil escutou dois deputados que compõe a CPI do MST para avaliar o que foi concluído até o momento na comissão.

Em entrevista ao “Jornal Novabrasil”, o deputado federal Nilto Tatto (PT-SP), diz que essa é uma comissão muito atrasada, o país precisa de uma reforma agrária e não há irregularidades comprovadas do MST. Os territórios que o movimento ocupa são áreas devolutas ou improdutivas, áreas que não cumprem a sua função social. Todas elas tem aval para ocupação.

Nilto Tatto diz: “Não tem motivos para ter chamado Rui Costa, o ministro da casa civil, para a comissão. A convocação veio somente para criar um impacto. Até o momento, a CPI do MST não causou nenhum impacto e não ganhou repercussão, justamente porque ela não tinha nenhum fato determinado no início da abertura dela.”

O deputado federal Alfredo Gaspar (UNIÃO-AL) também foi entrevistado pelo jornalista Heródoto Barbeiro no “Jornal Novabrasil”. Gaspar avalia que, de fato, tem pessoas descentes no campo, mas elas são utilizadas como “escudo” pelos líderes dos grupos do MST saírem beneficiados.

O deputado do União Brasil avalia que: “Nós temos visto uma série de invasões em áreas improdutivas sem nenhum critério para a adoção dessas invasões, a não ser a vontade pessoal dos líderes. Infelizmente, temos mulheres gravidas, idosas e crianças sendo colocados como escudo nessas invasões.”

Alfredo Gaspar completa: “O que nós queremos é uma discussão séria sobre um problema sério. Reforma agrária o Brasil defende, o que o Brasil não defende é o desvio de recursos públicos, usar essa massa de pessoas vulneráveis para beneficiar um grupo de líderes.”

Ambos os deputados pensam que a CPI do MST está chegando ao fim e a troca de parlamentares pode ser um indício do término. Nesta quarta-feira, por exemplo, o Partido Liberal trocou a deputada Bia Kicis pelo deputado Domingo Sávio para compor a comissão. Além disso, o Republicanos também anunciou desligou dois deputados da CPI do MST, Messias Donato (ES) e Diego Garcia (PR).

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