Morte de candidato à presidência ressalta instabilidade política e violência no Equador

O Equador tem vivido instabilidade política há muitos anos, é um país que sofreu dezenas de golpes e muitas mudanças na estrutura paramentar.
Na última quarta-feira, o candidato à presidência Fernando Villavicencio foi assassinado ao sair de um comício em Quito. Villavicencio, como outros candidatos, defendia uma luta frontal contra as máfias do crime organizado e era crítico ao governo do ex-presidente Rafael Correa.
Na manhã desta sexta-feira, a política Estefany Puente, que pleiteia uma vaga na Assembleia Nacional do país nas eleições da semana que vem, também foi vítima de um ataque a tiros. Os disparos atingiram de raspão o braço da candidata.
A polícia abriu uma investigação para apurar os motivos do ataque.
Em entrevista ao “Jornal Novabrasil”, o professor da FGV, Leonardo Paz, diz é preciso saber como se iniciou este o cenário político para entender melhor o que se passa no país:
“O Equador vive uma instabilidade política há anos. Mas neste último momento mais recente, dos anos 2000 para cá, quando se iniciou uma nova onda de governos de esquerda na América do Sul, Rafael Correia foi o presidente do Equador e ficou um bom tempo no poder. Criou um movimento muito nacionalista nele próprio, chamado de correísmo no país, principal corrente de esquerda no Equador. Isso gerou uma instabilidade política, pois o grupo mais voltado para a direita não simpatizava com ele.”
O especialista também avalia que os dois polos políticos se tratam como inimigos no Equador. Soma-se este fator com uma grande crise econômica e uma grave crise de segurança, que tem se confundido com uma crise política e vitimando muitos políticos.

Como começou a violência no país?

Leonardo Paz comenta que a situação do Equador fica dramática recentemente, há pouco tempo era um país relativamente seguro. A insegurança se agravou com o narcotráfico da região:
“ Há grande grupos de narcotraficantes mexicanos e colombianos que começaram a levar droga aos Estados Unidos pelo Equador, pois é um pais menor, com mais facilidade de chegar nas fronteiras e menos militarizado. Esses grupos levam essas ações criminosas a região, o que aumento muito os indicadores de violência. ”
A conclusão que podemos chegar é de que o crime organizado te tentando pressionar a política de várias maneiras no Equador e o saldo tem sido a morte de uma série de políticos.
A principal suspeita neste momento é de que o crime seja de autoria do narcotráfico colombiano.
O presidente do Equador, Guillermo Lasso, afirmou em rede social que pediu apoio do FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, para investigar o assassinato de Fernando Villavicencio.

A facção criminosa “Los Lobos”, que havia sido acusada pelo assassinato, divulgou um vídeo negando a autoria do assassinato de Fernando Villavicencio, em Quito. A quadrilha é apontada como o segundo maior grupo criminoso do Equador. O grupo criminoso disse que não se esconde e repudiou o assassinato de Fernando Villavicencio.

O país tem eleições marcadas para o dia 20 de agosto.

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