Há exato um mês atrás, a personal organizer Francesca Del Carlo, 30, não tinha ideia que seria a última vez que veria o seu cachorro ‘Ônix’, de 13 anos. Ela o deixou com o irmãozinho Apollo no Hotel do Pet Shop Cia de Filhote, no dia 8 de fevereiro, enquanto ela e o marido viajavam para a Bahia. Cinco dias depois, ela recebeu uma ligação do estabelecimento avisando que Ônix havia falecido após uma briga com outros cães que estavam hospedados no local.
Para a família do animal, houve negligência da empresa. Após o ocorrido, a Cia de Filhote comunicou em nota se tratar de uma “fatalidade” e que “tomaram as providências cabíveis”.
O casal abriu um processo contra o pet shop e nesta semana uma liminar da 2ª Vara Cível do Foro Regional do Butantã, bairro da zona oeste da capital paulista, determinou que o local liberasse as filmagens registradas pelas câmeras de segurança. O prazo para entrega termina sexta-feira, 11.
De acordo com Francesca, a história contada pelos donos do local soou confusa. Ela relatou que o primeiro ponto que acionou um alerta foi o fato de avisarem o falecimento do cachorrinho somente seis horas depois. O outro, segundo a personal, foi a limpeza do local e dos animais envolvidos na briga. “Limparam todo o espaço, e tinham dado banho no Ônix e nos cachorros que atacaram. Não tinha vestígio de nada”, diz.
Outro ponto questionado por ela foram as imagens. Em um primeiro momento, conforme relatou a tutora, as gravações estavam disponíveis. “Mas quando a gente chamou a polícia não tinha mais imagem”. No dia da morte de Ônix, a cunhada da personal foi a responsável por cuidar dessas questões, já que o casal não havia retornado da viagem. Naquele dia, a mulher não conseguiu registrar boletim de ocorrência, pois “não era crime, porque era cachorro matando cachorro”, explicou.
Mobilização
Indignados com a situação, Francesca e o marido procuraram ajuda jurídica. “Tinha negligência, o estabelecimento também estava ocultando muitas informações. A gente precisava de respostas”. Dois dias após a morte de Ônix, foi criada uma conta nas redes sociais para trazer detalhes do caso. “Dinheiro nenhum vai trazer ele de volta, mas a gente quer justiça”.
Desde o óbito do cachorro, a tutora afirmou ter tido conhecimento de pelo menos outras quatro mortes no Pet Shop. “Não é o primeiro, não é o segundo. Quantas mais vão acontecer?”.
Hoje, a personal também se preocupa com o trauma enfrentado pelo outro cachorrinho Apollo. “Ele sente falta do Ônix todos os dias”. Eles estavam no mesmo pet shop no dia do ataque. Mas Francesca acredita que os dois ficaram em áreas separadas no local. “Se o Apollo estivesse na hora da briga, ele teria defendido o Ônix”. Durante esse período, ela conta ter encarado diversas etapas do luto. “Já passei por várias fases, mas nunca vai passar, vai melhorar. Agora eu quero que eles paguem”.
O laudo oficial com as causas da morte do animal deve ficar pronto na próxima semana, segundo a tutora.
A íntegra da nota divulgada pelo pet shop poder ser lida aqui.
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Agência Estado