4 anos sem João Gilberto: Confira 4 discos essenciais do artista

Há exatos quatro anos, no dia 6 de julho de 2019, nos despedíamos do grande gênio e Pai da Bossa Nova: João Gilberto

No dia 10 do mês passado, quando João completaria 92 anos, nós preparamos uma matéria super especial para homenagear o artista, com 10 curiosidades sobre ele e a Bossa Nova. E, no dia 03 de julho do ano passado, quando completamos três anos sem o Pai da Bossa Nova, nós fizemos uma lista com 3 discos essenciais para conhecer João Gilberto.

Agora, quando completamos quatro anos de sua despedida, aumentamos essa lista com mais 04 álbuns importantíssimos para entender a obra desse grande gênio da música popular brasileira! 

Ficou curioso(a)?! Confira!

João Gilberto - 4 álbuns
4 sem anos sem João Gilberto: Relembre 4 álbuns do artista. | Foto: Reprodução/ Leo Aversa

Confira 4 discos de João Gilberto

1. O Amor, o Sorriso e a Flor (1960)

Em 1960, João Gilberto lançou o seu segundo LP, O Amor, o Sorriso e a Flor, que logo chegou aos EUA e iniciou um movimento de exportação da música brasileira. 

Esse LP – que lançou a canção que é a síntese dos fundamentos da Bossa Nova nos essenciais elementos de letra, melodia, ritmo e harmonia: Samba de Uma Nota Só (composição de Tom Jobim e Newton Mendonça) – trouxe também, pela primeira vez, as letras das músicas na contracapa, algo que passou a ser característico dos discos brasileiros a partir de então.

O álbum também conta com outros grandes clássicos da Bossa Nova como: Corcovado (de Tom Jobim), Doralice (de Dorival Caymmi e Antônio Almeida), Meditação (de Tom Jobim e Newton Mendonça) e O Pato (de Jaime Silva e Neuza Teixeira).

2. João Gilberto (1961)

Com a gravação do seu terceiro álbum – chamado João Gilberto – em 1961, o artista eternizou-se de vez na música popular brasileira, tendo, mesmo em tão pouco tempo, influenciando tanto. 

O LP foi gravado em duas fases: a primeira com Walter Wanderley e seu conjunto; a segunda com orquestra sob regência de Tom Jobim. Sambas antigos foram regravados, mas alterados de tal forma, rítmica e harmonicamente, que soavam como novos sambas. Entre eles: O Samba da Minha Terra e Saudade da Bahia, ambos de Dorival Caymmi.

Entre os efeitos usados por João Gilberto neste disco, está o “rubato”, no qual se apressam ou encurtam frases, cantando em tempo ligeiramente diferente do acompanhamento, “roubando” algum tempo das notas, para depois aguardar com o violão e seguir normalmente. Foi neste disco também que João, pela primeira vez, gravou sozinho, apenas com o violão.

O disco conta com outros grandes sucessos como: O Barquinho (de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli); Este Teu Olhar (de Tom Jobim) e Insensatez (de Tom e Vinicius de Moraes).

Aparentemente, existem duas faixas gravadas e não lançadas no disco, segundo o músico Bebeto, ex-Tamba Trio. Ele afirmou que uma das gravações é da canção Falseta, de Johnny Alf.

3. Amoroso (1977)

Em 1977, tendo morado por um tempo nos Estados Unidos e também no México, e antes de retornar ao Brasil em 1980, João Gilberto lançou o elogiado álbum Amoroso, que foi indicado ao Grammy Award, na categoria “Melhor Performance Vocal de Jazz”.

Neste disco, João lançou, pela primeira vez, a canção Estate, do italiano Bruno Martino, que, após a gravação do Pai da Bossa Nova, tornou-se um standard da música mundial, sendo regravada por diversos artistas, como Chet Baker, Toots Thielemans e Michel Petrucciani.

O álbum, com arranjos do compositor e arranjador alemão Claus Ogerman, virou um clássico, marcado pela volta de João Gilberto às paradas de sucesso do Brasil. João, na época do lançamento, estava encantado com o disco. A captação de som da voz e do violão, o equilíbrio com a orquestra e os arranjos de Ogerman foram muito elogiados.

Outros sucessos do álbum são as canções: Wave (de Tom Jobim) e Retrato Em Branco E Preto (parceria de Tom Jobim e Chico Buarque)

4. João Gilberto in Tokyo (2004)

O último álbum lançado por João Gilberto foi um ao vivo, no ano de 2004, gravado durante uma apresentação do baiano na capital japonesa, Tóquio.

Em setembro de 2003, pela primeira vez, João fez shows no Japão, passando por Tóquio e Yokohama, o que totalizou quatro performances com quase vinte mil ingressos à disposição do público, que se esgotaram três meses antes das apresentações. 

Em sua primeira apresentação, no Tokyo International Hall, João relatou que tocar para o público japonês foi uma experiência que ele procurava fazia décadas. No seu último concerto, no dia 16 de setembro, João recebeu uma sessão de aplausos de 25 minutos ininterruptos do público japonês.

Nesse dia, um fato curioso: ao final do show, João abaixou a cabeça e fechou seus olhos durante 20 minutos. Ao final, levantou-se e agradeceu à plateia, dizendo ter beijado cada mão, cada coração presente ali.

O sucesso da turnê japonesa foi comemorado com entusiasmo pelo próprio Pai da Bossa Nova. As apresentações de João Gilberto provocaram um boom de Bossa Nova no Japão. 

As gravadoras relançaram diversos discos de João especialmente para o mercado japonês, como Getz/Gilberto, João Voz e Violão. Artistas populares japoneses gravaram CDs em homenagem a João

Todas as revistas especializadas em música reservaram páginas elogiosas a João Gilberto, tratado como lenda viva da música universal, criador da bossa nova, o mestre brasileiro mais respeitado no mundo todo, prestígio que João já não desfrutava tanto no Brasil. 

Em 2004, o artista fez mais uma turnê pelo Japão. Desta vez, recebeu trinta e oito minutos de aplausos ininterruptos em seu show em Osaka. Em 2006, fez nova turnê pelo Japão, onde homenageou o país com uma composição Je Vous Aime, Japão. Mais uma vez, os shows tiveram os ingressos esgotados.

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