Na coluna anterior, falamos sobre os riscos do excesso de cafeína presente em pré-treinos e energéticos. Mas e o cafezinho do dia a dia — aquele companheiro das manhãs e das conversas entre amigos?
Café não é só cafeína
Muita gente acredita que café é sinônimo de cafeína, mas não é bem assim. O grão torrado contém apenas 1 a 2,5% de cafeína. O restante são compostos como ácidos clorogênicos, com ação antioxidante e anti-inflamatória.
Será que ele faz mal ao coração?
Estudos epidemiológicos mostram que o consumo moderado de café está associado a menor risco de mortalidade geral e cardiovascular.
Um estudo clínico realizado no Instituto do Coração (InCor), avaliou o impacto do consumo diário de café filtrado em pessoas com doença coronariana crônica, ou seja, que já têm placas nas artérias do coração.
Durante 4 semanas, os participantes consumiram entre 450 e 600 ml de café por dia (aproximadamente 3 a 4 xícaras), nas versões torra média e torra escura. Os resultados surpreenderam:
• A pressão arterial não aumentou de forma significativa;
• Não houve aumento de arritmias cardíacas;
• A tolerância ao exercício físico melhorou com o consumo regular de café;
• Não houve piora da angina nem da isquemia miocárdica nos testes de esforço.
Conclusão: em pessoas com doença cardíaca estável, o café filtrado e consumido com moderação não fez mal ao coração — e ainda pode ajudar no desempenho físico.
Afinal, quanto é seguro?
A dose segura de café por dia depende da quantidade de cafeína que ele contém, mas para adultos saudáveis, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras entidades, como a FDA (EUA), consideram segura a ingestão de até 400 mg de cafeína por dia, na prática em média 3 xícaras de café filtrado por dia.
Mas atenção:
- Doses muito elevadas ou o consumo esporádico e exagerado podem causar palpitações, insônia e aumento da pressão arterial.
- O cuidado deve ser redobrado em idosos, gestantes, pessoas com refluxo, úlceras gástricas ou arritmias.
E você, já teve essa dúvida?