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Câncer de intestino cresce entre jovens e morte de Preta Gil reacende alerta

A morte da cantora Preta Gil, aos 50 anos, em decorrência de um câncer de intestino, trouxe à tona um alerta que a comunidade médica já vinha enfatizando: a doença deixou de ser um problema restrito a idosos e tem avançado de forma preocupante entre adultos jovens.

Um estudo internacional publicado na revista The Lancet analisou dados de 27 países e confirmou um aumento significativo da incidência de câncer colorretal em pessoas com menos de 50 anos. “Estamos assistindo a uma mudança global no perfil dessa neoplasia. O que antes era mais frequente em pessoas idosas, agora atinge adultos jovens, muitas vezes em plena fase produtiva da vida”, afirma o oncologista clínico Antonio Carlos Buzaid, diretor médico geral do Centro de Oncologia da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo e cofundador do Instituto Vencer o Câncer.

Estilo de vida em transformação

O especialista explica que mudanças no estilo de vida estão no centro do problema. Dietas ricas em carnes processadas e ultraprocessados, consumo excessivo de bebidas açucaradas, baixa ingestão de fibras, sedentarismo e obesidade são apontados como fatores de risco importantes. “Além disso, alterações no microbioma intestinal e o acúmulo de metabólitos derivados do consumo frequente de carne vermelha têm sido associados a processos inflamatórios que favorecem a carcinogênese”, diz Buzaid.

Genética tem peso, mas hábitos aceleram o risco

Embora fatores genéticos e histórico familiar também aumentem o risco, eles representam uma parcela menor dos casos. Quando há predisposição hereditária somada a hábitos de vida inadequados, o desenvolvimento da doença pode ocorrer mais cedo.

Preta Gil. Foto: Reprodução/Instagram.

Colonoscopia e prevenção

Para reverter o cenário, especialistas recomendam medidas de prevenção como alimentação equilibrada, prática regular de atividade física e controle de peso corporal. O rastreamento precoce é uma das armas mais eficazes, com destaque para a colonoscopia, que pode detectar e remover pólipos antes que se tornem câncer. “As diretrizes internacionais já recomendam que a colonoscopia seja feita a partir dos 45 anos, ou até antes quando há histórico familiar”, explica Buzaid.

A morte de Preta Gil reacendeu a importância da informação e do cuidado precoce. “O câncer colorretal não é mais uma doença exclusiva da população idosa. Precisamos ampliar a conscientização, especialmente entre os jovens adultos, para que adotem hábitos saudáveis e realizem exames no tempo certo. Com isso, podemos mudar essa trajetória preocupante”, finaliza Buzaid.

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