O cardeal italiano Angelo Becciu desistiu de participar do conclave após ser confrontado com um documento que próprio papa Francisco assinou, que deixava claro que ele não deveria participar da votação. O cardeal Pietro Parolin, que irá presidir o conclave, é quem apresentou o documento.
Becciu entendeu que, ao insistir em participar, estaria desafiando diretamente uma decisão do papa — algo que poderia causar ainda mais divisão dentro da Igreja.
Mesmo argumentando que nunca deixou oficialmente o Colégio Cardinalício, Becciu decidiu abrir mão de participar do processo eleitoral “pelo bem da Igreja”. Segundo ele, a decisão também é para evitar um escândalo maior e não comprometer o processo de escolha do novo pontífice.
Porém, Justiça da Santa Sé condenou Becciu a cinco anos e meio de prisão após desvios financeiros. Ele adquiriu um imóvel de luxo em Londres com dinheiro de coleta anual para obras de caridade.
O cardeal, que recorre em liberdade, era próximo de Francisco. Mas após as denúncias, o próprio papa o pressionou para renunciar ao posto de prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, retirando seus direitos de cardeal. Foi Francisco quem também permitiu que o tribunal criminal da cidade-Estado o processasse.
O conclave está marcado para começar em 7 de maio, daqui a uma semana.



