A creatina, um composto naturalmente produzido pelo corpo humano, é um dos suplementos mais pesquisados e recomendados no mundo da saúde e do esporte. Derivada de três aminoácidos — lisina, metionina e arginina —, ela desempenha um papel crucial na produção de energia rápida para os músculos e é essencial para a função de tecidos como neurônios, intestino e retina.
“Apesar de associada principalmente ao aumento de força e massa muscular, a creatina vem demonstrando benefícios que vão além do universo esportivo, incluindo potencial de melhora cognitiva e efeitos positivos na saúde mental”, afirma a nutricionista Dra. Dai Calvacanti.
Como a creatina age no organismo
Dentro do corpo, a creatina é convertida em fosfocreatina, responsável por reabastecer rapidamente o ATP, a principal fonte de energia celular. Isso proporciona maior explosão muscular em atividades intensas e curta duração, acelera a recuperação pós-exercício e contribui para o aumento de massa magra.
Embora o corpo sintetize creatina naturalmente e ela esteja presente em alimentos como carnes vermelhas e peixes, sua produção e consumo diminuem com o passar dos anos. Por isso, a suplementação pode ser uma estratégia eficaz não apenas para atletas, mas também para quem busca longevidade e qualidade de vida.
Mais do que músculos: benefícios que surpreendem
A creatina é bem estabelecida como aliada do desempenho físico, mas pesquisas recentes revelam que ela também pode ter efeitos neuroprotetores. Estudos indicam que a suplementação regular pode beneficiar a memória de curto prazo, a função cognitiva e até ajudar no tratamento complementar de condições como depressão, especialmente em mulheres.
Além disso, vegetarianos tendem a apresentar níveis mais baixos de creatina por consumirem menos fontes animais, o que pode fazer da suplementação uma estratégia ainda mais vantajosa para esse grupo.
Dosagem e cuidados no uso
A recomendação usual de creatina varia de 2 a 5 g por dia, podendo chegar a 10 g em casos específicos, sempre com orientação profissional. “Iniciar com doses menores e aumentar gradualmente é uma boa prática para minimizar efeitos adversos, como desconforto abdominal”, sugere Dra. Calvacanti. Outro ponto importante é a hidratação adequada, já que a creatina atrai água para o interior das células musculares.

Quebrando mitos sobre a creatina
Apesar da vasta literatura científica, a creatina ainda é cercada por mitos. Entre eles:
• Dano renal: não há evidência de que a creatina cause problemas renais em indivíduos saudáveis. A elevação da creatinina é fisiológica, e exames como a Cistatina C podem ser mais indicados para monitoramento.
• Queda de cabelo: estudos disponíveis não comprovam essa associação.
• Inchaço: o aumento é intramuscular, não há retenção de líquido no espaço intersticial.
• Prejuízo para adolescentes: a creatina é considerada segura e pode, inclusive, beneficiar a saúde mental e o desempenho físico de jovens.
• Engorda: a creatina promove o crescimento muscular, mas não o ganho de gordura corporal.
Como otimizar o consumo
Para maximizar a absorção da creatina, a recomendação é consumi-la junto com refeições que contenham carboidratos, evitando bebidas muito quentes ou excesso de cafeína, que pode interferir em sua biodisponibilidade. Outro ponto importante: a suplementação deve ser contínua, não esporádica, para garantir os melhores resultados.
Conclusão
Segura, acessível e com benefícios comprovados, a creatina vai muito além do ganho de massa muscular. Com potencial para melhorar o desempenho físico, proteger a saúde cognitiva e auxiliar na prevenção de doenças, ela se destaca como um dos suplementos mais eficazes para quem busca saúde de forma completa.
“Quando usada de forma correta e acompanhada por um profissional, a creatina é uma aliada poderosa para quem quer qualidade de vida, dentro e fora das academias”, reforça Dra. Dai Calvacanti.



