Diego Amorim: “Papado intenso, que exigirá responsabilidade e discernimento”

Roma/Vaticano – Os cerca de 30 minutos da primeira audiência do papa Leão XIV com a imprensa na manhã desta segunda-feira (12) me fazem voltar para o Brasil, amanhã, com algumas certezas em relação ao papado que se inicia.

Sem fazer qualquer juízo de valor, o novo papa não fugirá tanto de protocolos. E será gentil com “o povo de Deus”, porém nos moldes de uma pessoa discreta, quase tímida. Diante de jornalistas do mundo inteiro, ele leu uma profunda reflexão e, em seguida, cumprimentou alguns funcionários do Vaticano e religiosos fazendo questão de evitar selfies.

Leão XIV não demorará, conforme me opinou dom Odilo Scherer em entrevista exclusiva à Novabrasil — e eu concordo –, a elaborar uma nova encíclica social da Igreja, voltada para os desafios a partir dos avanços da inteligência artificial. Leão XIV insistirá que estamos vivendo “uma nova revolução industrial”.

Os primeiros dias do cardeal Roberto Prevost como papa foram tão intensos quanto os últimos dias dos mais de 5 mil jornalistas que aqui estiveram para explicar uma fumaça branca saída de uma chaminé que ainda mobiliza católicos e não católicos.

O Papa Leão XIV durante o encontro com os comunicadores na Sala Paulo VI

O Papa Leão XIV na Sala Paulo VI. Foto: @Vatican Media.

O Papa Leão XIV durante o encontro com os jornalistas

Foto: @Vatican Media.

Desde o término do conclave, Leão XIV já reuniu cardeais para uma primeira reunião formal de trabalho; visitou o túmulo do seu antecessor, Francisco, de quem falou com carinho em todas as oportunidades até aqui; foi até uma igreja nos arredores de Roma de tradição agostiniana, sua ordem religiosa; celebrou missa nas grutas do Vaticano; conduziu a primeira oração dominical numa Praça de São Pedro tomada de gente; e hoje, mais cedo, acolheu os profissionais de imprensa.

Em visita aos escritórios do Programa Brasileiro da Rádio Vaticano, ouvi, em tom de previsão despretensiosa, que o papado de Leão XIV, com 69 anos atualmente, poderá durar talvez duas décadas. Independentemente da duração, será um tempo intenso, que exigirá do papa as mesmas responsabilidade e discernimento que ele pediu a nós jornalistas nesta segunda. O cenário é complexo e desafiador para a Igreja, para a imprensa e para o mundo.

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