O diretor do Ranking dos Políticos, Gabriel Jubran, disse nesta segunda-feira (8) que a postura adotada ontem pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi um gesto ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a seus apoiadores mais ferrenhos. Durante ato na Avenida Paulista, Tarcísio pediu a aprovação do projeto de lei da anistia e chamou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) de “tirano”.
“Essa postura de Tarcísio diz muito sobre o simbolismo envolvido. Ele havia se comportado, até então, como governador candidato à reeleição de São Paulo. Ao mesmo tempo, uma parte do movimento pró-Bolsonaro o questionava por uma postura mais distante, com um perfil negociador. Aquele que resolve e não necessariamente aquele que grita nos microfones. E essa pressão ficou muito grande”, afirmou aos jornalistas Diego Amorim e Hariane Bittencourt.
Para Jubran, o tensionamento e a exigência sobre o governador de São Paulo aumentaram diante do avanço do julgamento do ex-presidente, que será retomado amanhã (9) na Primeira Turma do STF. “Aí ele resolve mudar para fazer uma sinalização para esse público de que ele está no mesmo barco”, analisa.
O especialista acredita, no entanto, que ainda não há uma unidade na direita brasileira, a pouco mais de um ano das eleições de 2026. “Eles ainda não se entendem com relação a quem seria o sucessor. Alguns falam de Michelle [Bolsonaro], outros falam de outros nomes. Alguns insistem em levar isso para o TSE [Tribunal Superior Eleitoral] até os últimos prazos. Ao mesmo tempo, a ala mais centrada do partido e do movimento compreende que é muito difícil de se reverter essa situação e que um nome como o governador de São Paulo seria uma excelente opção”, pontua o diretor do Ranking dos Políticos.
Mudanças na Ficha Limpa
Na mesma entrevista ao jornalismo da Novabrasil, Gabriel Jubran falou sobre o projeto de lei que limita a oito anos o prazo em que políticos punidos por algum motivo ficam inelegíveis, enfraquecendo a Lei da Ficha Limpa.
O texto, que agora aguarda sanção do presidente Lula (PT), foi aprovado pelo Senado na semana passada. O projeto foi proposto pela deputada federal Dani Cunha (União-RJ), e beneficia diretamente o pai dela, o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha.



