O cantor, compositor, tecladista e pianista mineiro é um dos grandes nomes da nossa música popular brasileira. Para celebrar sua vida no dia em que o artista completa 76 anos, trouxemos uma lista com as 15 maiores músicas de Flávio Venturini.
Além de uma voz única e incomparável, sua rica obra como compositor foi gravada por diversos artistas importantes da MPB, como Leila Pinheiro, Jane Duboc, Emílio Santiago, Simone, Milton Nascimento, Nana Caymmi e Beto Guedes, e Flávio Venturini teve diversas canções em novelas e compôs trilha de diversos filmes nacionais ao longo de seus mais de 50 anos de carreira.
Sobre Flávio Venturini: Clube da Esquina, O Terço, 14 Bis
Nascido em Belo Horizonte, Flávio Venturini iniciou seus estudos musicais aos 15 anos, primeiro com o acordeom e depois estudou percepção musical e piano. Ele ingressou no universo artístico quando passou a participar dos festivais de música do final do ano 60 e início dos anos 70.
Nessa época, Flávio passou a integrar o movimento de artistas mineiros Clube da Esquina, ao lado de nomes como Milton Nascimento, e os também mineiros Lô Borgese Beto Guedes.
Nos anos 70, os artistas do Clube da Esquina tornaram-se referência de qualidade na MPB, pelo alto nível de sua performance, e disseminaram suas inovações e influência nacional e internacionalmente.
A sonoridade inovadora do Clube da Esquina trazia a fundição das inovações propostas pela Bossa Nova com elementos do jazz, do rock (principalmente dos ingleses The Beatles), da música folclórica, da música regional mineira, erudita e hispânica. Essas influências permeiam todo o trabalho musical do Clube: desde a composição, aos arranjos, às letras, processos de gravação em estúdio e shows.
No disco “Clube da Esquina II”, de 1978, Flávio Venturini participou como instrumentista, e a sua composição “Nascente”, em parceria com Murilo Antunes, entrou para o repertório do álbum.
De 1974 a 1977, Venturini – indicado por Milton Nascimento – foi tecladista, compositor e um dos vocalistas da banda O Terço, que contava com Vinícius Cantuária na bateria e tinha uma pegada voltada para o rock progressivo, o rock rural e o pop.
Com a banda, Flávio lançou dois discos e compôs sucessos como compôs canções como “Criaturas da Noite” (em parceria com Luiz Carlos Sá).
Em 1979, Flávio Venturini fundou – mais uma vez apadrinhado por Milton Nascimento – a banda de rock 14 Bis, ao lado dos músicos Sérgio Magrão, Hely Rodrigues, Vermelho e de seu irmão, Cláudio Venturini.
A ideia do grupo era formar uma banda brasileira nos moldes das bandas internacionais que os influenciavam, como The Beatles, Led Zeppelin, Pink Floyd, The Who, Deep Purple e Rolling Stones.
O primeiro álbum do 14 Bis, com título homônimo, foi produzido por Milton Nascimento, e Flávio Venturini assina a composição de 10 das 11 canções presentes, entre elas, o sucesso “Natural” (parceria com Tavinho Moura).
Em 1980, a banda lançou o seu segundo disco, que trouxe sucessos como “Planeta Sonho”, importante canção de Flávio, Vermelho e Márcio Borges).
Em 1981, foi a vez do álbum “Espelho das Águas”, com o sucesso homônimo, uma composição de Venturini e Vermelho.

Mais sucesso ainda em carreira solo
Neste mesmo ano de 1981, mesmo dentro do 14 Bis, Flávio Venturini lançou o seu primeiro disco em carreira solo – chamado “Nascente” – que, além da canção título, conta com os grandes sucessos “Princesa” (parceria com Ronaldo Bastos) e “Espanhola” (em parceria com Guarabyra).
Ali nascia um novo caminho para o artista!
Em 1982, ainda com o 14 Bis, Flávio lançou o álbum “Além Paraíso”, que conta com o grande hit “Linda Juventude”, parceria dele com Márcio Borges.
Nesse período, ele ingressou no curso de música para cinema do “Núcleo de Animação da Embrafilme”, promovido pelo “National Film Board do Canadá”, compondo trilhas para filmes premiados como: “Quando os Morcegos se Calam” e “Viagem de Ônibus”, de Daniel Schorr, e “Instinto Animal”, de Léa Zagury.
Em 1984, o 14 Bis lançou outro grande hit: “Todo Azul do Mar” (composição de Flávio Venturini e Ronaldo Bastos) e em 1985, Venturini lançou o seu segundo disco solo,” O Andarilho”, com participação de Milton Nascimento, Toninho Horta, Nana Caymmi, Lô Borges e dos companheiros de 14 Bis.
Em 1987, Flávio lançou seu último disco de estúdio como integrante do 14 Bis, “Sete” – o sétimo do grupo – que conta com o grande hit “Mais Uma Vez”, parceria do artista com Renato Russo.
Em 1988, ainda saiu o disco “14 Bis Ao Vivo”, gravado no Teatro das Artes, em Belo Horizonte, que marca a despedida de Flávio Venturini da banda, para seguir focado em sua carreira solo.
Em 1990, já exclusivamente em carreira solo, o artista lançou o disco “Cidade Veloz”, que conta com o sucesso “Besame” (parceria com Murilo Arantes), que depois estourou na voz de Jane Duboc, que gravou a canção para a novela “Vale Tudo”.
Em 1994, foi a vez do disco “Noites com Sol”, primeiro disco de ouro de sua carreira, que conta com o hit da faixa título e com o sucesso “O Que Tem Que Ser” (com participação de Ritchie) , ambas em parceria com Ronaldo Bastos.
Em 1998, com o disco “Trem Azul”, trouxe canções clássicas de seu repertório como compositor e também sucessos de outros compositores em sua voz, como a faixa título (de Lô Borges e Ronaldo Bastos), “Paisagem na Janela” (de Lô Borges e Fernando Brant) e “Sol de Primavera” (de Beto Guedes e Ronaldo Bastos).
Em 2003, Flávio Venturini lançou o álbum “Porque Não Tínhamos Bicicleta”, que traz a clássica adaptação e arranjo de sua autoria para a canção “Céu de Santo Amaro”, inspirada na melodia de J. Sebastian Bach e com participação de Caetano Veloso.
Em 2006, o mineiro lançou o disco “Canção Sem Fim”, que traz a sua interpretação para uma canção que poucos sabem que também é de sua autoria: “Fênix“, parceria com Jorge Vercillo e que fez muito sucesso em 2002, na voz do cantor e compositor carioca.
Em 2009, no álbum “Não Se Apague Esta Noite”, Flávio Venturini apresentou o sucesso “Recomeçar”, em parceria com Ronaldo Bastos.
E, em 2020, o artista apresentou parcerias com Ronaldo Bastos, Nilson Chaves e Luiz Carlos Sá no primeiro disco de músicas inéditas em sete anos e o seu mais recente álbum: Paisagens Sonoras – Volume 1”.
Nos últimos anos, se apresentou ao lado de seus companheiros mineiros no show em comemoração aos 50 anos de Clube de Esquina, da banda O Terço, de Sá & Guarabyra e também na turnê “4 Irmãos”.



