Neste 5 de outubro, a cantora, compositora e instrumentista goiana Ana Caetano completa mais um ano de vida e – para celebrar – vamos te contar a história de um dos seus maiores sucessos: a música “Pupila”
História da música “Pupila”
O super hit “Pupila” é uma parceria de Ana com o cantor e compositor gaúcho Vitor Kley e foi lançada em single por ele com a participação de Anavitória, emjulho de 2019.
A ideia para o tema da música surgiu quando Vitor, Ana e Vitória estavam voltando juntos de um bloquinho de Carnaval que curtiram no Rio de Janeiro, quando viram a frase “Quem dilata sua pupila?” pichada em um muro da cidade.
Vitor achou que a frase seria uma boa inspiração para uma música e comentou isso na hora com as meninas. Ana Caetano o incentivou e disse para que ele escrevesse a música.
Ele então escreveu o refrão e enviou para Ana via mensagem, para que ela desse a sua contribuição e – juntos – eles terminassem a música.
“Como que eu vou dizer pra ela
Que eu gosto do seu cheiro
Da cor do seu cabelo?
Que ela faz minha pupila dilatar?
Eu quero dizer pra ele
Que a rima fez efeito
E agora eu penso o dia inteiro
Só ele faz minha pupila dilatar”
Em um tom romântico e pop, eles trazem a metáfora da pupila dilatando para falar de amor, de encantamento, de apaixonamento. Porque isso é mesmo um dado científico: entre outras razões – como medo e tensão – a nossa pupila dilata quando estamos apaixonados.
Segundo uma pesquisa do jornal “Estado de Minas”, uma pessoa apaixonada apresenta uma elevação na produção de vários neurotransmissores, entre eles a dopamina, a qual age sobre a função motora, endócrina, cognição, humor e prazer.
“Outro neurotransmissor importante para aqueles que estão amando, é a adrenalina, o qual quando ativada, prepara nosso corpo para responder a qualquer estímulo. É este último que faz a pupila dilatar. (…) A pupila apresenta uma dilatação de até 40% no momento e também pode ser acompanhada de outras sensações, sendo que uma delas, é chamada de ‘borboletas no estômago’, como o suor e a taquicardia, conhecida popularmente como ‘palpitações’. Geralmente, os sinais surgem em momentos de maior tensão, nervosismo, excitação e, claro, de muita emoção.”
A amizade de Vitor Kley e Anavitória
Vitor Kley, Ana Caetano e Vitória Falcão são grandes amigos e – segundo o cantor – “‘Pupila‘ representa a amizade dos três:
“A gente sempre admirou o trabalho um do outro, então ‘Pupila‘ representa essa nossa união. Foi um momento muito especial! É uma música que eu tenho um carinho gigante!”
O videoclipe de “Pupila” também é especial: traz os três amigos interagindo em paisagens maravilhosas e momentos de descontração. Atingiu a marca de um milhão de visualizações em dois dias, e a canção entrou em paradas musicais brasileiras e portuguesas, além de receber dois discos de diamante da Pro-Música Brasil.
A canção fez tanto sucesso que ganhou até uma versão em pagode, do Péricles, em seu álbum “Tô Achando Que É Amor”.
Sobre Ana Caetano
Integrante do duo Anavitória – ao lado da tocantinense Vitória Falcão – Ana Caetano se destaca entre as grandes compositoras um do cenário contemporâneo da música popular brasileira.
Nascida em Goiânia, capital de Goiás, em 1994, Ana mudou-se para Araguaína, no Tocantins, ainda criança. Foi ainda no colégio que conheceu a parceira musical, natural da cidade.
Elajá tocava violão e piano desde os 15 anos e já compunha e cantava coisas sobre o seu cotidiano. Em uma das visitas de Ana a Araguaína enquanto estudava Medicina em Minas Gerais, ela reencontrou Vitória que tinha estudado Direito e Teatro, no Rio de Janeiro.
Nesta época, a aniversariante do dia játinha um canal na internet, onde colocava as suas composições. Ela viu Vitória cantar no Instagram e convidou-a para gravar algo juntas, despretensiosamente.
Nenhuma das duas era cantora profissional, apenas faziam para se divertir, mas, logo que fizeram o primeiro vídeo juntas, perceberam como as vozes das duas tiveram uma sintonia incrível e harmonizaram muito bem.
As meninas colocaram dois vídeos na internet, o primeiro em 2013, ainda sem muitas visualizações. Até que Vitória – que era muito fã do cantor e compositor Tiago Iorc, mandou o terceiro vídeo que postaram, em 2014, para o empresário dele na época – e empresário delas até hoje – Felipe Simas. No vídeo, as duas faziam uma versão da canção “Um Dia Após o Outro”, de Tiago.
Tiago e Felipe ficaram impressionados com o talento das meninas e convidaram-nas para gravar um EP em São Paulo, apadrinhadas e produzidas pelo artista.
Até aquele momento as duas se apresentavam separadamente, como Ana e Vitória, até que Felipe Simas sugeriu que usassem Anavitória, como um nome só, sem o “&”, até para distingui-las de duplas sertanejas. Assim como chamaram a atenção de Iorc e Simas, não demorou para Anavitória conquistarem o Brasil inteiro.
O EP lançado nas plataformas digitais teve o título de “Anavitória” e já trouxe sucessos como “Singular” e “Chamego Meu” (ambas composições de Ana Caetano).
Logo de início, as meninas – vindas de uma cidade culturalmente de raízes sertanejas, mas fazendo uma música totalmente cosmopolita – classificaram o seu som como um Pop Rural: “O nosso som é uma mistura de influências brasileiras. Acho que conseguimos mesclar o pop com a música de raiz, então o título encaixou, sabe? Ficamos muito satisfeitas de sermos definidas assim. E apesar do rural do título, acho que somos bem urbanas!”, declararam em entrevista. “É um jeito de unir o popular, que é a nossa música, com o canto que a gente veio, as músicas que crescemos ouvindo”.
O vídeo de uma performance ao vivo de “Singular” foi publicado no YouTube e atraiu a atenção do público para o trabalho do duo. E, após a boa recepção do material, a dupla arrecadou mais de 60 mil reais em uma campanha de financiamento coletivo para gravar o seu primeiro disco de estúdio: “Anavitória”, lançado em 2016.
Das 11 faixas do disco – todas com uma pegada pop folk – está o sucesso “Agora Eu Quero Ir” (parceria entre Ana e Tiago) e o super hit “Trevo (Tu)”, de Ana Caetano e com a participação de Tiago Iorc.
Também em 2017,o álbum foi relançado em uma edição especial, que incluiu o single “Fica” (de Ana e e Matheus, da dupla Matheus & Kauan, e com a participação deles na gravação):
O primeiro álbum da dupla foi indicado na 18ª edição do Grammy Latino na categoria “Melhor Álbum Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa” e a canção “Trevo (Tu)” ganhou na categoria Melhor Canção em Língua Portuguesa.
Anavitória tornaram-se um fenômeno de público e crítica, já no seu primeiro álbum. As duas meninas do interior do Tocantins, que nunca tinham gravado em estúdio e feito shows em grandes palcos, fizeram uma turnê de sucesso do primeiro disco, que durou dois anos e passou pelo Brasil inteiro e por Portugal, onde o álbum também foi lançado.
Em outubro de 2017, a dupla lançou o EP “Anavitória Canta para Pessoas Pequenas, Pessoas Grandes e Não Pessoas Também”. E, em fevereiro de 2018, o duo lançou seu terceiro EP, “Anavitória Canta para Foliões de Bloco, Foliões de Avenida e Não Foliões Também”, com a regravação de músicas clássicas do carnaval baiano dos anos 90.
Ainda em 2018, Anavitória lançaram o seu segundo álbum, “O Tempo É Agora”, mais amadurecido, que venceu o Grammy Latino de Melhor Álbum Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa e trouxe outros grandes hits: “Ai Amor” (só de Ana) e “Porque Eu Te Amo” (parceria dela com Tiago Iorc).
Em 2019, o duo lançou o seu terceiro álbum de estúdio: “N”, indicado ao Grammy Latino de Melhor Álbum Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa. O disco, produzido por Ana Caetano e Tó Brandileone, traz regravações de sucessos consagrados de Nando Reis.
Também em 2019, além de “Pupila”, Anavitória também lançaram outro hit: o single “Partilhar”, com Rubel, composição do artista.
Em janeiro de 2021, a dupla lançou – de surpresa – seu quarto álbum, todo de inéditas e produzido durante a pandemia: “Cor”. A primeira canção do disco, “Amarelo, Azul e Branco”, foi composta pelas duas cantoras de forma autobiográfica, falando sobre o Tocantins, e conta com a participação de Rita Lee recitando alguns versos.
Outros sucessos do disco são: “Te Amar é Massa Demais” (Ana Caetano) e Lisboa (parceria dela com Paulo Novaes e com participação de Lenine).
O álbum foi indicado ao Melhor Álbum Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa de 2021.
Já em 2022, foi a vez do EP “Trilhas”, e 2024 e 2025 trouxeram os dois mais recentes álbuns do duo: “Esquinas” e “claraboia“.
Ana Caetano também já escreveu canções para vários outros artistas gravarem, como Rubel, Ana Gabriela, Júlia Mestre, Sandy e Manu Gavassi.



