Tomar remédios sem orientação médica, mesmo os considerados “inofensivos”, pode trazer riscos reais à saúde — especialmente quando combinados com outros medicamentos, suplementos ou até certos alimentos. A esse fenômeno dá-se o nome de interação medicamentosa, e ele pode alterar a eficácia do tratamento, provocar efeitos colaterais ou até gerar complicações graves.
“Os medicamentos não agem de forma isolada no organismo. Quando combinados com outras substâncias, podem ter sua ação modificada — para mais ou para menos”, explica o clínico geral Dr. Alfredo Salim, head nacional da Brazil Health.
Como ocorrem as interações medicamentosas
De modo geral, as interações acontecem quando um remédio influencia o comportamento de outro no organismo, afetando sua absorção, metabolismo ou excreção. Também podem ocorrer fora do corpo, como na mistura de medicamentos injetáveis, situação comum em hospitais.
Elas se dividem em três tipos principais:
- interações farmacodinâmicas – quando duas substâncias agem nos mesmos receptores e potencializam ou anulam os efeitos uma da outra
- interações farmacocinéticas – um remédio altera a forma como o corpo processa o outro
- incompatibilidades farmacêuticas – reações químicas entre medicamentos antes mesmo da administração, como misturas em seringas ou frascos

Quem corre mais risco — e o que fazer para se proteger
Pacientes idosos, pessoas com doenças crônicas e aqueles que usam vários remédios de forma contínua estão entre os mais vulneráveis. O uso de suplementos, vitaminas, chás ou alimentos também pode interferir na eficácia do tratamento.
Para se proteger, o ideal é:
- informar sempre ao médico todos os medicamentos em uso, incluindo suplementos e fitoterápicos
- evitar a automedicação — mesmo com analgésicos ou antigripais
- seguir corretamente os horários e formas de uso indicadas na prescrição
- perguntar ao médico ou farmacêutico sobre possíveis interações com alimentos
Comunicação é a chave para um tratamento seguro
“Grande parte das interações são evitáveis com uma simples conversa. O paciente precisa dizer tudo o que está tomando, inclusive vitaminas e medicamentos naturais”, reforça Dr. Salim.
A orientação adequada evita combinações perigosas, melhora a eficácia dos tratamentos e protege o paciente contra efeitos colaterais inesperados. O recado é simples: não subestime as interações e sempre consulte um profissional de saúde.



