O risco cardiovascular não é mais considerado algo “sim ou não”. Ele é contínuo, muda ao longo da vida e deve ser reavaliado periodicamente. Essa visão permite ajustar o tratamento conforme o paciente envelhece ou apresenta novos fatores de risco.
Nova classificação de risco
A diretriz incluiu uma nova estratificação em 5 categorias: baixo, intermediário, alto, muito alto e extremo. O reconhecimento do risco extremo é uma das grandes novidades. Nesses pacientes, a meta de colesterol LDL pode ser tão baixa quanto <40 mg/dL.
Novos marcadores
Além do LDL, outros exames passam a ter papel de destaque:
• Lipoproteína(a): deve ser dosada pelo menos uma vez na vida, pois níveis elevados aumentam o risco cardiovascular e podem justificar investigação familiar.
• Não-HDL-c: representa todo o colesterol “ruim” e traz uma visão mais completa do risco.
• Apolipoproteína B (ApoB): considerada meta secundária, mostra o número de partículas que entram na parede da artéria.
Ferramentas modernas
• Escore PREVENT: nova calculadora que estima a chance de infarto, AVC ou insuficiência cardíaca em 10 e 30 anos.
• Escore de cálcio coronário (CAC): exame de imagem que mede o cálcio nas artérias do coração, usado em casos selecionados para refinar a estratificação de risco.

Metas mais agressivas
As metas de colesterol ficaram ainda mais rígidas:
• Pacientes de baixo risco devem manter LDL <115 mg/dL.
• Nos casos de risco extremo, a meta pode chegar a <40 mg/dL.
Muitas vezes será necessário o uso de terapia combinada precoce para alcançar esses valores.
O que isso significa para você?
Essas mudanças tornam o cuidado com o colesterol mais individualizado e preciso, aumentando as chances de prevenir complicações graves como infarto, AVC (“derrame” e insuficiência cardíaca.
Cuidar da saúde do coração vai muito além de um número no exame. A nova diretriz mostra que prevenção exige olhar contínuo, acompanhamento médico e, muitas vezes, metas mais ousadas para proteger a vida.



