Obras no Minhocão vão criar jardins de chuva para evitar alagamentos

A Prefeitura de São Paulo deu início a uma nova fase das obras de requalificação da Avenida Amaral Gurgel, sob o Elevado Presidente João Goulart, o Minhocão. A proposta desta etapa é integrar natureza e urbanismo com a instalação dos chamados “jardins de chuva”, estruturas capazes de reter e drenar a água da chuva, ajudando a evitar alagamentos.

Esses jardins são reservatórios subterrâneos com cerca de 1,5 metro de profundidade, preenchidos com pedra brita e terra, e cobertos por flores plantadas em estruturas elevadas. Mesmo nas áreas mais sombreadas do elevado, os jardins funcionarão por estarem conectados à rede de drenagem da própria avenida.

Cada quadra terá uma nova função

Além da instalação dos jardins de chuva, o projeto prevê o plantio de trepadeiras nos pilares do Minhocão, floreiras decorativas e a preservação das ciclofaixas existentes. Algumas quadras receberão outras funções: uma será destinada a táxis (com dimensionamento ainda em análise), outra terá ponto de aluguel de bicicletas.

Projeto idealizado pela prefeitura prevê jardins na Amaral Gurgel, sob o Minhocão. Foto: Divulgação.

De acordo com o prefeito Ricardo Nunes, as obras, iniciadas no último sábado, somam-se ao projeto anterior de implantação de vagas de estacionamento iniciado em abril. A ideia é integrar soluções de mobilidade, sustentabilidade e uso coletivo do espaço urbano.

Mudança nas vagas de estacionamento

Na inauguração das primeiras vagas, o vice-prefeito Mello Araújo havia garantido que o estacionamento seria gratuito. No entanto, agora as vagas contam com placas de Zona Azul. Segundo o prefeito, a cobrança foi adotada após constatarem que alguns motoristas estavam deixando seus veículos por longos períodos, o que inviabilizava a rotatividade esperada.

Justiça cobra explicações sobre implantação das vagas

A Justiça de São Paulo deu oito dias para que a Prefeitura explique a criação das vagas de estacionamento na Amaral Gurgel, sob o Minhocão. A decisão é do juiz Randolfo Ferraz de Campos, da 14ª Vara da Fazenda Pública, e é resultado de uma ação movida pelos vereadores Renata Falzoni (PSB) e Nabil Bonduki (PT). Eles apontam possíveis irregularidades urbanísticas e ambientais, além de classificarem o projeto com caráter higienista.

Embora tenha negado a suspensão imediata da ação — por considerar o projeto experimental e observar que a ciclovia foi mantida — o magistrado classificou as denúncias como graves. Solicitou à gestão Ricardo Nunes explicações sobre a ausência de consulta pública, os impactos para a população em situação de rua e a compatibilidade da ação com as diretrizes de mobilidade urbana. A determinação menciona também a falta de pareceres técnicos dos órgãos responsáveis.

A Novabrasil solicitou, mas ainda não recebeu um posicionamento da prefeitura. Assim que for encaminhado, a matéria será atualizada.

Avanço das obras depende de estudos técnicos

Durante a escavação para instalação dos jardins, uma estrutura semelhante a uma laje foi encontrada em uma das quadras. A Prefeitura agora aguarda os resultados de estudos para entender se há tubulações subterrâneas, como de gás. A Congás, inclusive, já realizou análises preliminares no local, mas ainda não foi divulgado se o projeto encontrará entraves físicos para a sua execução. Em outro ponto da avenida, as escavações já atingiram a profundidade ideal, com 1,5 metro de profundidade.

A proposta da gestão municipal é entregar à cidade um trecho mais verde, respirável e acessível, conciliando drenagem urbana, mobilidade e espaços para convivência no centro de São Paulo.

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