Atriz, cantora, compositora, Naruna Costa é a primeira diretora negra a ganhar um APCA (Associação Paulista de Críticos Teatrais). No +Preta da semana, Adriana Couto conversa com a artista que tem se destacado cada vez mais no cenário cultural brasileiro.
Natural de Taboão da Serra, em São Paulo, Naruna começou no teatro ainda na adolescência, por meio da escola. Em 2002, começou o Grupo Clariô de Teatro junto com outros artistas locais, dedicado a pesquisar processos criativos na periferia.
Inicia seus estudos na Escola de Artes Dramáticas da Universidade de São Paulo (EAD/USP), em 2004. Por mais de uma década, Naruna traz impacto político e estético em seus trabalhos, seja no teatro, televisão, cinema e música.
Naruna chegou a interpretar o papel da cantora Elza Soares, em 2016, na peça Garrincha – Uma Ópera de Rua, dirigida pelo encenador norte-americano Bob Wilson (1941), no Sesc Pinheiros, em São Paulo.
Em 2018, ganha o Prêmio APCA de melhor diretora pela peça Buraquinhos, ou O Vento é Inimigo do Picumã, apresentada no Centro Cultural São Paulo. Por meio de metáforas, a peça acompanha as desventuras de um garoto negro de periferia, injustamente perseguido pela polícia por várias partes do mundo, da América Latina à África, unindo realismo fantástico e crítica social.
Atualmente, Naruna está no elenco da novela Todas as Flores, da Globoplay, com a personagem Lila. Além disso, outro personagem de destaque de sua carreira é Cristina, protagonista junto com Seu Jorge na série Irmandade, da Netflix, produzida em 2019.
“Quando a gente reclama do estereótipo, é porque a figuração, os personagens que tem menos trajetória nas produções, elas sempre são pretas […], elas não têm a oportunidade de se aprofundar.” diz Naruna Costa
Em conversa com Adriana Coutro, Naruna reflete sobre a importância de mais protagonistas negros nas produções artísticas, além dos perigos dos estereótipos.
Naruna também integra o grupo musical Clarianas, que lançou seu primeiro disco em 2012. A banda, formada por cinco integrantes, inspira-se em repertório de tradição popular e da periferia e em cantos caboclos de matriz africana, nordestina e indígena.
A resposta do público ao projeto, segundo a artista, é como um processo de cura:
“Assim ela [Clareanas] me cura muitas vezes. Me cura quando outras pessoas vem dizer ‘olha, aquela canção realmente mudou minha trajetória, ela mudou o meu dia, mudou a minha semana’.”
Ouça o episódio na íntegra:
Sobre o ‘+Preta’
+PRETA coloca no dial da Novabrasil músicas cantadas e/ou compostas por artistas negros e negras brasileiras de diferentes gerações. O programa embarca na diversidade da produção contemporânea, mas não perde a chance de apresentar clássicos e raridades.
Sem preconceitos e com muito afeto o +PRETA celebra a beleza e força criativa da música brasileira a partir da experiência de uma pessoa negra.
A cada edição, um/uma artista, personalidade, ou intelectual negra divide com o público suas memórias musicais + pretas em quadros especiais como: o samba da vida, a música da família, o som revolucionário, o hit que inspirou uma mudança.
No comando do microfone, a apresentadora Adriana Couto, uma das profissionais mais conhecidas do jornalismo cultural.
Confira a playlist oficial do programa: