Refluxo: conheça as opções que podem acabar com o problema

A Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) é um distúrbio que afeta milhões de pessoas no Brasil e no mundo, provocando sintomas desconfortáveis como azia, queimação e regurgitação. Para a maioria dos pacientes, o tratamento clínico com medicamentos, como os inibidores da bomba de prótons (IBPs), é suficiente. No entanto, quando a terapia medicamentosa falha ou as complicações surgem, as opções cirúrgicas podem ser a solução.

De acordo com o cirurgião do aparelho digestivo Dr. Antonio Couceiro Lopes, a intervenção cirúrgica é indicada em casos específicos. “Pacientes que não obtêm alívio com medicamentos, que dependem de remédios continuamente ou que apresentam complicações como esofagite erosiva e esôfago de Barrett podem ser candidatos ideais para a cirurgia”, explica o médico. A decisão também pode levar em conta a preferência do paciente, após uma avaliação cuidadosa dos riscos e benefícios.

As técnicas cirúrgicas mais indicadas

A cirurgia mais tradicional é a fundoplicatura de Nissen, considerada o padrão-ouro no tratamento do refluxo. Nela, o fundo do estômago é envolvido completamente (360°) ao redor da parte inferior do esôfago, reforçando o esfíncter esofágico inferior e prevenindo o refluxo. “Realizada por laparoscopia, essa técnica oferece excelentes resultados, com até 89,5% dos pacientes livres dos sintomas após 10 anos”, destaca o Dr. Lopes.

Existem ainda variações da fundoplicatura, como a técnica de Toupet (270°) e a de Dor (180°), que são opções em casos em que se deseja reduzir o risco de disfagia pós-operatória. Essas técnicas são indicadas individualmente, de acordo com as características de cada paciente.

Novas tecnologias ampliam as alternativas

Além das técnicas clássicas, a medicina tem investido em alternativas menos invasivas. Uma delas é o RefluxStop, um dispositivo de silicone implantado na junção esofagogástrica para prevenir o refluxo sem a necessidade de envolver o esôfago.

Outro avanço é a fundoplicatura transoral sem incisão (TIF/EsophyX), realizada por endoscopia, que permite criar uma válvula antirrefluxo sem cortes externos. Há também opções inovadoras como a terapia de estimulação elétrica do esfíncter esofágico inferior (EndoStim) e o LINX Reflux Management System — um anel de esferas magnéticas implantado ao redor do esfíncter para reforçar sua função.

“Essas novas técnicas têm apresentado resultados promissores, com menor tempo de recuperação e menos efeitos colaterais. Contudo, como são métodos mais recentes, ainda aguardamos dados de longo prazo para confirmar sua eficácia definitiva”, pondera o Dr. Lopes.

Foto: Divulgação.

Escolha personalizada e acompanhamento especializado

A decisão sobre o melhor tratamento cirúrgico deve ser tomada em conjunto entre paciente e equipe médica especializada, considerando as características individuais e possíveis comorbidades. “Cada caso é único e merece uma avaliação criteriosa para garantir a melhor escolha terapêutica”, ressalta o cirurgião.

Com o avanço das técnicas e a personalização do tratamento, quem sofre com refluxo e não encontra alívio nos medicamentos agora conta com novas e eficazes opções para recuperar a qualidade de vida. Procurar orientação especializada é o primeiro passo para avaliar as possibilidades e escolher o caminho mais seguro rumo ao bem-estar.

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