Professora é demitida após queixa de agressão entre alunos no RJ

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Uma professora temporária da rede municipal de São João de Meriti, na região metropolitana do Rio de Janeiro, foi demitida após denúncia de pais de que ela teria incentivado agressões entre alunos de 11 anos em sala.

O caso, que está sendo investigado pela Polícia Civil, aconteceu na segunda-feira (24), na escola municipal Professora Graça Grijó. O nome da docente, que não era concursada, não foi divulgado.

Segundo laudo do Instituto Médico Legal (IML), uma das crianças teve uma lesão na lateral da cabeça.

A Secretaria de Educação do município declarou que, assim que soube das agressões, rescindiu o contrato da professora, que tinha começado a trabalhar na escola havia apenas um mês.

A pasta afirmou ainda que abriu uma sindicância para investigar se a funcionária de fato incentivou os alunos a baterem uns nos outros. A polícia não soube informar se a professora já tinha apresentado advogado até a tarde desta quinta-feira (27).

De acordo com Felipe Lanna, advogado da família da criança agredida, a professora puxou uma brincadeira no momento que fazia a chamada da turma.

Quando o nome da era chamado, o estudante deveria falar um “meme” ou levaria uma “moca” (espécie de cascudo, no jargão popular). Caso respondesse errado, os demais alunos batiam na criança, o que, segundo relato, foi incentivado pela professora.

“É uma brincadeira chamada meme ou moca. Para a gente, que tem uma certa idade, é o tal do corredor polonês. Só que essa atitude foi capitaneada pela própria professora”, diz o advogado.

“Esta é uma turma de crianças de 11 anos. Alguns sequer sabiam dessa brincadeira ou de memes. As crianças que não acertavam o meme, automaticamente, recebiam cascudos dos outros alunos.”

Segundo Lanna, ao menos dois meninos e uma menina reclamaram a seus pais sobre o ocorrido. O caso foi registrado na Delegacia de São João de Meriti, que investiga o caso.

De acordo com o delegado Bruno Enrique Menezes, a professora e a direção da escola serão intimadas para prestar depoimento na tarde de sexta-feira (28).

Ainda segundo a secretaria municipal de educação, foi aberta sindicância “para apurar todos os fatos e continuar tomando as medidas cabíveis para que isso nunca mais se repita”.

O Sepe (Sindicato dos Profissionais de Educação) de São João de Meriti disse que, até o momento, não conseguiu contato com a professora, mas informou que a escola tem poucos funcionários efetivos, o que, na visão da entidade, seria um sintoma da carência de profissionais no município.

Segundo o Sepe, a prefeitura tem aberto editais para contratações de professores temporários para preencher essas vagas.

“Vale ressaltar que essa escola é uma escola com pouquíssimos servidores concursados no seu quadro de funcionários. O que traz luz a precarização dessa rede que mesmo estando em processo de concurso público o número de vagas ainda não dará conta de cumprir a grande carência de Profissionais de Educação”, disse o sindicato, em nota.

Questionada, a prefeitura admitiu que há uma carência de profissionais e informou que há um concurso público em andamento, cujas provas acontecerão neste fim de semana

CAMILA ZARUR / Folhapress

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