PT aciona MP-SP contra secretário de Tarcísio por crise da empresa ucraniana

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O deputado estadual Paulo Fiorilo (PT), líder da federação PT/PCdoB e PV na Assembleia Legislativa de São Paulo, vai ingressar com representação no Ministério Público de São Paulo para que Lucas Ferraz, secretário de Negócios Internacionais do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), seja investigado por supostamente pautar notícia falsa, reproduzida na imprensa.

O pedido é para que o Ministério Público apure se houve utilização do aparato de publicidade do governo para produção e divulgação de notícia falsa, com caráter difamatório e motivação política, em desvio de finalidade da publicidade oficial e conivente com a prática de crimes, afirma o parlamentar.

Reportagem da CNN Brasil afirmou que a Antonov deixou de investir US$ 50 bilhões no Brasil devido a falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a respeito da guerra entre Rússia e Ucrânia.

Após desmentido público da empresa, a CNN Brasil publicou reportagem em que a secretaria de Negócios Internacionais, comandada por Ferraz, afirma ter recebido representantes da Antonov para tratar do tema. A estatal ucraniana soltou nova nota em que diz não ter representantes no Brasil.

Na noite de quinta, a CNN Brasil afirmou ter recebido uma nova versão dos ucranianos que confirmaria que houve o contato da empresa com o governo paulista. Segundo a emissora, um e-mail de um diretor da Antonov diz que foram feitas “negociações preliminares” por meio de um representante no Brasil para a instalação de uma fábrica.

No Palácio dos Bandeirantes, há forte suspeita de que os supostos funcionários da empresa não são da Antonov e que o governo caiu em uma espécie de armadilha. Como mostrou a coluna Painel, da Folha de S.Paulo, Tarcísio cogita demitir Ferraz, que seria a primeira baixa da gestão.

A situação gerou mal-estar com o governo Lula, com acusações de ministros de que o governo estadual estaria produzindo fake news para desgastar a imagem do petista. Tarcísio telefonou para Lula para tentar se explicar.

“Causa perplexidade o modo de produção e divulgação de notícias sem a devida comprovação oficial. A publicação de fake news pode caracterizar o crime de difamação e por isso é fundamental que o Ministério Público apure o que de fato ocorreu e se houve motivação política”, afirma Paulo Fiorilo.

GUILHERME SETO / Folhapress

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