BRASÍLIA, DF, E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Justiça Militar negou o pedido de prisão preventiva de seis militares do Exército que são investigados pelo furto de 21 metralhadoras do Arsenal de Guerra de São Paulo, em Barueri.
Interlocutores no Comando do Exército afirmam que a Justiça Militar apontou na decisão que não havia elementos suficientes para determinar a prisão preventiva dos suspeitos. O pedido havia sido apresentado pelo Exército.
Procurado, o Exército afirmou que as “informações sobre as investigações e o trâmite processual não podem ser divulgados em razão do inquérito estar sendo conduzido sob sigilo”.
No dia 27, o Comando Militar do Sudeste anunciou que 19 militares foram presos administrativamente e cumprem punição disciplinar por “falha de conduta e/ou erro de procedimento nos processos de fiscalização e controle de armamento”. Na ocasião, afirmou aguardar autorização para prender outros seis militares envolvidos diretamente com o furto das armas. O pedido de prisão preventiva havia sido feito ao Superior Tribunal Militar.
Os 19 presos estão em um grupo de 20 militares que respondem por transgressão disciplinar. Eles eram responsáveis por tarefas que incluíam a vigilância das instalações no período em que o armamento foi subtraído.
Tratam-se de 13 metralhadoras de calibre 50 e oito de calibre 7,62. Até o momento, 19 das 21 metralhadoras furtadas foram recuperadas.
No último dia 1º, duas armas calibre .50 do Arsenal de Guerra foram encontradas em operação realizada em conjunto pelo Comando Militar do Leste e a Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Também foi achado um fuzil calibre 7,62, cuja origem será investigada.
Duas armas com poder antiaéreo, ou seja, que podem derrubar helicópteros, continuam desaparecidas.
APAGÃO NO QUARTEL
Segundo relatos, o furto ocorreu nas primeiras horas do feriado de 7 de Setembro, quando o quartel estava esvaziado. O circuito de energia do Arsenal de Guerra foi desligado durante alguns minutos, segundo a apuração militar, o que desativou as câmeras de segurança e o alarme do paiol, que é acionado por movimento.
O desaparecimento das armas foi notado apenas no dia 10 de outubro, quando foi verificado que o cadeado e o lacre do local haviam sido trocados.
Após a descoberta, os 480 militares do Arsenal de Guerra de São Paulo ficaram aquartelados por uma semana. A liberação foi gradual até o dia 24, quando os últimos 40 militares retidos foram autorizados a deixar o local.
Redação / Folhapress