CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) – O pai de um aluno que estaria envolvido em um ato de racismo no Colégio Estadual do Paraná, em Curitiba, deu voz de prisão à mãe da aluna que teria sido a vítima do ataque. O pai do estudante é sargento da Polícia Militar. O caso é investigado pela Polícia Civil, e um procedimento administrativo também foi aberto na PM.
A direção do colégio, tradicional na capital paranaense, afirma que os pais dos alunos foram convocados para uma reunião pedagógica na tarde desta segunda (20) para tratar de um episódio de racismo envolvendo os estudantes.
De acordo com o colégio, porém, quando a reunião já se encaminhava para um desfecho, o pai do adolescente deu voz de prisão à mãe da aluna. A informação foi confirmada Seed (Secretaria de Estado da Educação).
Em um vídeo que circula nas redes sociais é possível ouvir o sargento dizer que a mulher seria algemada.
“Os pais foram convocados para resolver a questão em nível pedagógico, mas a situação escalou após a conclusão da reunião e da ata assinada pelos presentes, tendo o pai do estudante (que é também sargento e estava fardado e armado) dado voz de prisão à mãe de um dos estudantes”, disse o colégio, em nota.
A direção do colégio então acionou o Batalhão de Patrulha Escolar Comunitária, que conduziu os pais à delegacia. A mãe da aluna registrou um boletim de ocorrência por abuso de autoridade, e o pai do estudante, por desacato.
O colégio afirma que está oferecendo “apoio às vítimas tanto de racismo quanto de abuso de autoridade”. Diz, ainda, estar “colaborando plenamente com as autoridades competentes para esclarecer e resolver o incidente”. Também afirma lamentar o episódio e ressalta que está “comprometida com as questões pedagógicas, frente à resolução do caso de racismo envolvendo os estudantes”.
Em nota, a Sesp (Secretaria de Estado da Segurança Pública) diz que os pais foram encaminhados pela PM à Central de Flagrantes da Polícia Civil, onde foram ouvidos e assinaram um termo circunstanciado.
O caso será encaminhado para o 1° Distrito da Polícia Civil em Curitiba para a realização de diligências complementares.
CATARINA SCORTECCI / Folhapress