PF faz operação contra suspeito de vazar prova do Enem 2023

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Polícia Federal faz operação na manhã desta quarta-feira (24) para colher provas em investigação que apura vazamento da prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2023.

A PF cumpre dois mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal em Sobral (CE).

Segundo a PF, há indícios de que um investigado em Sobral tenha divulgado conteúdo da prova do Enem nas redes sociais.

“Após comunicação do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), foram realizadas investigações pela PF, tendo sido identificado o suspeito do crime residente na cidade cearense. Há indícios de divulgação ilícita do tema da redação referente ao caderno rosa no exame em 2023, ainda durante a realização do exame”, afirmou a PF.

O órgão disse que a conduta do investigado pode configurar o crime de fraude em certame de interesse público, com pena que chega a oito anos de prisão.

A operação recebeu o nome de Limite Virtual para alertar as pessoas sobre os limites que devem ser impostos nas redes sociais.

VAZAMENTO DA PROVA DO ENEM

Conforme a Folha publicou em 5 de novembro de 2023, o Inep identificou imagens do caderno de provas do Enem 2023 em circulação nas redes sociais e acionou a PF para investigar o caso.

Ligado ao MEC (Ministério da Educação), o Inep afirmou, por sua assessoria de imprensa, que as imagens surgiram após as 13h, quando os portões foram fechados.

As regras de segurança impedem que os candidatos fiquem com celular ou equipamentos eletrônicos durante o exame. A saída de estudantes com os cadernos de prova só é permitida após quatro horas do início da prova.

Inscreveram-se para o Enem 2023 3,9 milhões de pessoas.

Em 2009, a prova foi roubada da gráfica e também foi vazada. Nos anos seguintes, houve problemas de impressão, troca de gabaritos, divulgação de notas erradas e é recorrente que alguns candidatos postem fotos —em 2012, por exemplo, 60 candidatos foram eliminados por postarem fotos.

O Inep não disse quantas imagens foram identificadas até agora.

FRANCISCO LIMA NETO / Folhapress

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