Um estudo realizado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) apontou que a insegurança tem custado caro ao desenvolvimento brasileiro. De acordo com a pesquisa, o país poderia crescer 0,6 ponto porcentual a mais se o nível de criminalidade recuasse para o da média mundial.
Na América do Sul, a violência tem um impacto econômico um pouco menor, de 0,5 ponto porcentual. O Brasil, portanto, tem índices ruins até mesmo na comparação com os países da região.
Em entrevista ao Jornal Novabrasil desta terça-feira (6), o economista e investidor Bruno Corano afirma que a metodologia do estudo pode até ser questionada, mas é inegável o impacto da violência no cotidiano da economia nacional.
“O FMI apontou que o país deixa de crescer 0,6 ao ano do PIB. A discordância está na metodologia porque é difícil apurar isso com exatidão. Quando a gente olha o impacto, e nós somos brasileiros e vemos, a gente vê que o pequeno comércio é assaltado, a gente vê que a região do centro de São Paulo está se deteriorando, é um tipo de violência, a gente vê o quanto o Rio de Janeiro está sofrendo, comércio com fios elétricos rorubados, etc. Falar que deixamos de crescer 0,6 é difícil precisar, mas é mais fácil apurar quanto do nosso PIB vai hoje para a violência. E eu acho que pode chegar a 5% do PIB, são bilhões, bilhões e bilhões”, opina.
O economista diz ainda que o aumento da violência urbana tem impactos na economia interna e externa.
“Existe uma visão das empresas internacionais que elas consideram o risco que o país traz, mas acho que o maior impacto econômico é interno. São os próprios empresários brasileiros que tem suas operações oneradas ou percebem falta de estímulo. Então é um problema sistêmico que acaba desacelerando o impacto econômico. Falando do aspecto externo, eu destacaria o turismo. O turismo no Brasil é severamente impactado porque muitas vezes o que chega para os turistas é que o Brasil é um país perigoso. Eu to com 44 anos, eu nunca vivi num Brasil seguro. Os índices oscilam, às vezes eles não estão em evidência, mas é uma doença silenciosa, está sempre lá. A violência é silênciosa porque afeta os transportes, afeta todo tipo de liberdade, produtividade, qualidade de vida… E na economia, impacta na vida das pessoas, no transporte, no setor imobiliário, no turismo, é bem amplo o impacto”, analisa.
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