Durante as buscas pelo PM Luca Romano Angerami, de 21 anos, no Morro da Vila Baiana, no Guarujá, litoral paulista, mais três corpos foram encontrados enterrados no, conhecido popularmente, ‘cemitério clandestino’ do crime organizado.
Na última segunda-feira (22), outros dois corpos também foram localizados na mesma região. Este local fica a aproximadamente 5 km de distância de onde o PM foi visto pela última vez, entrando em uma ‘biqueira’ da comunidade.
Os três corpos foram localizados na manhã desta quarta-feira (24), na Rua Paraguai. Os cadáveres já estavam em estado avançado de decomposição. A perícia foi acionada ao local dos fatos.
O caso foi registrado como morte suspeita na delegacia da cidade. Diligências estão em andamento para esclarecer os fatos e identificar as vítimas.
Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), o desaparecimento do policial segue em investigação pela Polícia Civil com apoio da Polícia Militar. Também houve reforço policial para reforçar a segurança na região, e auxiliar nas buscas pelo soldado. Entre as equipes empenhadas na ação, estão integrantes do Comandos e Operações Especiais (COE), que vêm utilizando robôs subaquáticos durante as ações, além de equipes da Polícia Militar Ambiental e Corpo de Bombeiros.
Relembre o caso
Luca Romano Angerami, de 21 anos, é PM do 3º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M) em São Paulo, mas é morador de Santos, litoral paulista. O rapaz não é visto desde a madrugada do dia 14 de abril, quando estava em uma adega na comunidade Santo Antônio, em Guarujá.
O carro dele foi encontrado pela Polícia Militar Rodoviária na Rodovia Cônego Domênico Rangoni, por volta das 11h do mesmo dia, próximo ao km 7 (Guarujá). A chave do veículo estava em cima do porta-malas, e outros itens foram encontrados, porém, não divulgados.
A família rastreou o celular de Luca, e a última atualização dele foi na manhã do dia 14 de abril, no Morro São Bento, em Santos. Ainda no mesmo dia, uma equipe da PM, por volta das 19h30, abordou Edivaldo Aragão, de 36 anos, que confessou o sequestro e suposto homicídio de Luca, de forma espontânea. Segundo o relato do suspeito, ele não agiu sozinho, e o grupo não sabia, inicialmente, se tratar de um policial militar, mas viram a arma e pegaram sua carteira. Então, entraram no carro da vítima e o levaram até São Vicente, onde teriam o executado com a arma do próprio soldado. Depois disso, teriam amarrado as pernas de Luca com uma pedra, e o jogado de cima da Ponte do Mar Pequeno, em São Vicente.
A polícia, porém, não se limitou à versão de Edivaldo, que passou por audiência de custódia e segue preso em regime fechado. As buscas continuaram, até que novas imagens foram encontradas, que mostram que ainda no dia do desaparecimento de Luca, 14 de abril, pela manhã, o soldado foi visto entrando em uma ‘biqueira’ na mesma comunidade em que estava na adega.
O suspeito que estava com o PM foi devidamente identificado, localizado e preso, a partir de uma denúncia anônima. O indivíduo foi localizado em sua residência, na mesma comunidade do Guarujá, e confessou a participação no crime. Em sua versão, após ser identificado como policial militar pelos criminosos da região, o soldado teria sido desarmado e submetido a um “debate”, famoso tribunal do crime do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Os nomes e apelidos dos outros envolvidos foi informado pelo homem à equipe da Força Tática. As buscas pelo PM Luca já duram mais de 10 dias.