As discrepâncias salariais de gênero continuam a ser uma realidade no mercado de trabalho, afetando diretamente a dinâmica financeira de muitos casais. Estudos indicam que, em média, mulheres ganham cerca de 20% menos que homens, o que pode criar tensões e desafios na gestão conjunta das finanças do lar. Este cenário exige um diálogo aberto e estratégias financeiras bem definidas para garantir que as diferenças de renda não comprometam a harmonia e os objetivos comuns do casal.
Resende Neto, especialista em finanças, abordou as implicações das discrepâncias salariais de gênero nas finanças de casais. A principal mensagem de Resende Neto é clara: o diálogo e a união são essenciais para lidar com disparidades salariais e garantir a saúde financeira e emocional do casal.
Segundo Resende Neto, a comunicação aberta sobre finanças antes do casamento é fundamental. “Se o casal tiver conversado antes do casamento e estiverem alinhados, dificilmente isso vai trazer problema”, afirma. Ele destaca que, no verdadeiro sentido do casamento, tudo deve ser compartilhado: “Quando decidiram casar, eles decidiram ser sócios de tudo na vida, então tudo é dos dois.”
Resende enfatiza a importância de os casais administrarem suas finanças juntos. Ele aconselha que ambos participem ativamente do planejamento financeiro, decidindo juntos sobre orçamentos, despesas e metas. “Para mim, o ideal é que todo casal pudesse tratar as finanças juntos e isso não teria problema”, diz ele, acrescentando que problemas maiores surgem quando há vícios ou outros desafios pessoais, mas fora isso, a administração conjunta é a chave.
Sobre o planejamento financeiro para casais com disparidades salariais de gênero, Resende Neto é enfático: “O planejamento que deve ser feito pelo casal não tem nada a ver com quanto cada um ganha, mas sim com os objetivos comuns.” Ele sugere que o casal deve somar suas rendas e definir metas financeiras baseadas nessa soma, sem distinção de quem contribui com quanto.
Resende também alerta para armadilhas comuns, como colocar o dinheiro à frente do relacionamento. “A maior armadilha que pode ter é botar o dinheiro à frente de tudo. Se essa pessoa não topa ser sócia em tudo na vida, não case”, aconselha. Ele reforça a importância de ver o dinheiro como um recurso compartilhado que sustenta os objetivos e sonhos comuns do casal.
Ao falar sobre a questão de contas separadas ou conjuntas, Resende Neto não vê benefício em manter finanças separadas, a menos que haja um sério problema de confiança. “Um casal que tem as contas separadas já não é mais casado”, afirma. Ele destaca a importância de compartilhar todas as informações financeiras, inclusive senhas e detalhes sobre patrimônio, para evitar situações problemáticas no futuro.
Resende Neto destaca que o essencial para enfrentar as disparidades salariais de gênero é tratar as finanças de maneira integrada e transparente, mantendo sempre o diálogo aberto. “Metas financeiras e planejamento devem ser baseados na soma das rendas e nos objetivos comuns, sem distinção de quem ganha mais”, finaliza.