A Justiça decretou a prisão temporária de Manuela Xavier, de 40 anos, mãe de Lorenzo, de 5 anos, que tirou o filho à forças da avó paterna no dia 23 de abril deste ano (2024). Além dela, a Polícia Civil já prendeu duas mulheres, que seriam tias do menino por parte de pai, e que teriam ajudado na ação antes considerada ‘subtração de incapaz’, e hoje já tratada como ‘sequestro e cárcere privado’. Dois homens também já foram indiciados.
Na terça-feira (28), os mandados de prisão temporária (30 dias) das irmãs do pai de Lorenzo, de 44 e 49 anos, foram cumpridos, e ambas foram encaminhadas à Cadeia Feminina de São Vicente (SP). As investigações apontaram que as mulheres teriam ajudado Manuela a cometer os crimes.
As duas tias não quiseram prestar depoimento na delegacia, mas de acordo com o que foi descoberto, Eduardo Cassiano, o pai de Lorenzo, tem outras filhas, e suas irmãs acreditam que ele não seja um bom pai, o que teria causado revolta e teria sido a motivação para se envolverem no caso.
A localização da mãe ainda não foi descoberta, mas a Polícia Civil mantém as buscas para localiza-la e prende-la.
O caso agora é tratado como ‘sequestro’ e ‘cárcere privado’ pois a criança foi tirada de sua casa, e está com a sua liberdade reduzida, visto que ele não pode e nem tem condições de sair do local e voltar para os cuidados do pai e da avó paterna, que têm a guarda de Lorenzo na Justiça.
Dois homens indiciados
Dois homens foram indiciados, pois teriam trabalhado em conjunto com Manuela, cada um tendo uma função para a ação ser bem sucedida. Maxwell Vegner Martins Nunes, de 38 anos, foi o motorista do carro em que a mãe fugiu.
Em seu depoimento, os passageiros foram deixados em uma estação de metrô, em São Paulo. Ele afirmou não saber que Manuela teria “subtraído” a criança.
O segundo homem identificado, trata-se de Erivan Francisco da Silva, de 41 anos, reconhecido pelo pai de Lorenzo como ex-cunhado da mãe do menino. Ele aparece no vídeo, de camiseta azul, fora do carro, e foi o responsável em garantir que Manuela conseguisse levar a criança sem ser impedida.
A dupla não foi presa até o momento.
Relembre o caso
No dia 23 de abril, pela manhã, Manuela Xavier, de 40 anos, tirou seu filho à força dos braços da avó paterna, que levava a criança à escola, no bairro Ponta da Praia, em Santos, litoral paulista. O caso repercutiu nas redes sociais devido a forma em que a ação aconteceu, visto que o garoto, Lorenzo, de 5 anos, parecia assustado.
Um carro a esperava, enquanto Lorenzo era puxado pela mulher, e colocado dentro do veículo. O pai da criança, Eduardo Cassiano, de 51 anos, é quem tem a guarda do menor na Justiça, e a divide junto com sua mãe (avó do menino). Manuela, portanto, tem o direito de visitas e de acompanhar e supervisionar as decisões quanto à criação do filho.
Porém, após o ocorrido, Eduardo alega que Manuela não era presente na vida de Lorenzo, que fazia poucas visitas e que já vinha alegando que iria se mudar para Aracajú (SE), e que levaria o menino “independente do genitor concordar ou não”. Uma tutela de urgência foi pleiteada para firmar o direito do pai e da avó, na ocasião.
A mulher enviou um vídeo para a Equipe TH+, se defendendo e dizendo que sua ação foi um “ato de desespero”. Em sua fala, Manuela também afirma que a história não é do jeito que Eduardo conta, e alega ter inclusive boletins de ocorrência contra o homem por agressão.
Ela também diz que Lorenzo está bem, que quer ficar com ela, mas que o pai não deixa ela ter contato com o menino desde o começo do ano por não aceitar o término da relação.
Um mandado de busca e apreensão do garoto foi expedido, e as buscas e investigações seguem pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) junto à Polícia Civil.