Dólar passa a cair com mercado à espera de novos dados econômicos; Bolsa oscila

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Apesar de ter começado o dia subindo, o dólar devolveu os ganhos e passou a cair no fim da manhã desta segunda-feira (3), enquanto a Bolsa brasileira rondava a estabilidade, com o mercado em compasso de espera antes da divulgação de dados econômicos relevantes no Brasil e no exterior.

Nesta semana, estão no radar dos investidores novos números sobre o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro e sobre o mercado de trabalho americano. Há, ainda, uma possibilidade de corte de juros pelo BCE (Banco Central Europeu).

Mais cedo nesta manhã, o Banco Central do Brasil divulgou seu boletim semanal de projeções econômicas para o país, o Focus, que apontou alta na previsão de economistas para a inflação e para os juros neste ano.

Agora, os analistas passaram a ver apenas mais um corte de 0,25 ponto percentual na taxa Selic até o fim do ano, ante uma redução de 0,50 ponto na semana anterior. Eles também aumentaram ligeiramente a projeção para o IPCA em 2024, agora a 3,88%, de 3,86% na semana passada.

Após a divulgação do Focus, as taxas de juros futuros locais registravam altas firme, em especial entre os contratos a partir de janeiro de 2026. O movimento ocorre ocorre na contramão do exterior, onde os rendimentos dos títulos do Tesouro americano, os chamados “treasuries” oscilavam em baixa.

Além da baixa dos treasuries, também contribuiu para a queda do dólar novos dados de gastos de construção nos EUA, que vieram abaixo do esperado.

No Ibovespa, o destaque do dia é a Localiza, que subia mais de 6% após anunciar um movimento de recompra de ações. O setor bancário também fornecia suporte, com altas de Bradesco e Itaú. Na ponta negativa, a Vale caía mais de 1% e pesava contra o índice.

Às 12h57, o Ibovespa registrava oscilação negativa de 0,04%, aos 122.048 pontos, enquanto o dólar caía 0,24%, cotado a R$ 5,237.

“Acho que temos sinais mistos hoje e o dólar respondendo então com volatilidade e alternância de sinal”, disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.

“Acho que a esticada refletiu um pouco a queda nas commodities e piora na estimativa de inflação por aqui. Na contramão, que inverteu o sinal, vi um empuxo lá de fora”, acrescentou.

Na sexta-feira, o dólar marcou o maior valor de fechamento contra o real desde 16 de abril, a R$ 5,2510 na venda após uma alta de 0,78% no dia.

Os ganhos na última sessão da semana se deram, principalmente, devido à disputa pela taxa Ptax de fim de mês, com investidores em posições compradas impulsionando as cotações ao longo do dia.

Taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições.

Nesta semana, os investidores voltam suas atenções para uma série de eventos econômicos no cenário exterior e doméstico.

O IBGE divulga na terça-feira os dados do PIB do primeiro trimestre, com expectativa apontada por economistas em pesquisa da Reuters de avanço de 0,8% sobre o trimestre anterior, marcando uma retomada de ritmo.

No exterior, o BCE pode iniciar um ciclo de afrouxamento monetário, reduzindo os juros em 0,25 ponto percentual, para 3,75%, na quinta-feira (6). Se confirmado, será a primeira vez na história que o BCE corta juros antes do Federal Reserve.

Redação / Folhapress

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