Mais um suspeito de participar da morte do PM Luca Angerami é preso

Reprodução

O corpo de Luca Romano Angerami, de 21 anos, policial militar visto pela última vez entrando a pé em uma ‘biqueira’ da comunidade Vila Santo Antônio, na cidade de Guarujá, litoral paulista, foi encontrado no último dia 20, após mais de um mês de buscas ininterruptas. A Polícia Civil segue investigando o caso, e até o momento, 12 envolvidos já foram presos.

O último suspeito de ter participado do homicídio do soldado, foi preso na segunda-feira (3), na comunidade onde o PM desapareceu. De acordo com a corporação, trata-se de Gabriel Santos de Jesus, que é conhecido como ‘Irmão Biel’, apontado como o dono da biqueira onde Luca foi visto entrando pela última vez. O suspeito teria dado a ordem para o sequestro do PM. O homem já foi preso duas vezes por roubo e é investigado por organização criminosa, associação ao tráfico e homicídio.

Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), o caso é investigado pela 3ª Delegacia de Homicídios da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Santos, por meio de inquérito que apura os crimes de sequestro, tortura, homicídio e ocultação de cadáver.

Além dos presos, também foram encontrados 12 cadáveres (contando com o soldado) e outros dois conjuntos de vestígios genéticos. O corpo de Luca foi encontrado em cima de um morro na região da Vila Baiana, em Guarujá, e o cadáver estava enrolado em uma lona. A identificação foi possível por meio das tatuagens do soldado.

O que já foi descoberto

Segundo o delegado Fabiano Barbeiro, da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic), a cronologia dos fatos foi baseada em depoimentos dos suspeitos presos e na investigação. De qualquer forma, o IML (Instituto Médico Legal) realizará exames para determinar a data exata em que Luca foi morto.

De acordo com o que descobriram, a motivação do crime teria sido única e exclusivamente por se tratar de um policial militar, e pelo soldado estar “no lugar errado, na hora errada”.

A ação criminosa teria acontecido da seguinte forma: o PM foi identificado enquanto ainda estava na adega, na comunidade Santo Antônio, em Guarujá, litoral paulista. Os criminosos teriam o colocado em um carro e o levado até o final da Rua Chile, na Vila Baiana. Este foi o último momento em que Luca foi visto vivo, entrando em uma ‘biqueira’.

Quando chegaram, o soldado teria sido levado à uma casa abandonada, onde utilizam para o conhecido ‘tribunal do crime’. Quando decidiram a ‘sentença de morte’ de Luca, o jovem foi levado até uma clareira, no morro, onde foi executado e colocado em uma cova.

Durante as buscas da polícia, e a repercussão na imprensa, os criminosos decidiram mudar o corpo de lugar, para dificultar o trabalho dos agentes, e enterraram o PM em um local de mais difícil acesso.

A descoberta pelo corpo só foi possível após um homem, que não teve sua identidade revelada, mapear o Morro da Vila Baiana à polícia. Seis policiais andaram cerca de duas horas até chegarem ao local, e estavam com fotos das tatuagens de Luca, para ajudar na identificação.

Linha do tempo

No dia 14 de abril, Luca estava com um casal de amigos em uma adega. Em um vídeo do estabelecimento comercial, é possível vê-lo no caixa, por volta de 1h18. O jovem teria saído do local, e dirigido até uma ‘biqueira’, na mesma comunidade, onde permaneceu cerca de 40 minutos dentro do carro, sozinho. Dois homens, então, teriam o rendido.

Por volta de 6h41, em novas imagens, Luca é visto entrando acompanhado de um homem no ponto de tráfico de drogas. Depois deste momento, o PM não foi mais visto.

Quando o desaparecimento do soldado foi registrado, as investigações e buscas iniciaram. No mesmo dia 14, por volta de 19h30, um primeiro suspeito foi preso: Edivaldo Aragão, de 36 anos. O homem estava próximo a um ponto de tráfico de drogas na Rua das Magnólias (Guarujá), e apresentava atitudes suspeitas.

Após a abordagem, o suspeito confessou o sequestro e suposto homicídio de Luca, de forma espontânea. O homem disse não ter agido sozinho. Segundo o relato, o grupo não sabia inicialmente se tratar de um policial militar, mas viram a arma e pegaram sua carteira. Então, entraram no carro da vítima e o levaram até São Vicente, onde teriam o executado com a arma do próprio soldado. Depois disso, teriam amarrado as pernas de Luca com uma pedra, e o jogado de cima da Ponte do Mar Pequeno, em São Vicente.

O suspeito foi autuado em flagrante por sequestro qualificado e roubo majorado na Delegacia de Polícia (DP) Sede de Guarujá. Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), ao ser conduzido à delegacia, no entanto, o homem manifestou o desejo de falar somente em juízo.

Quatro dias depois, no dia 18 de abril, o segundo a ser apreendido foi Carlos Vinícius Santos da Silva, conhecido também como ‘Malvadão’, que acompanhou Luca na ‘biqueira’.

A prisão de Carlos e seu relato levou a polícia à mais quatro envolvidos. Cada um teria tido um papel no desaparecimento: um teria ficado com a arma de Luca; outro teria abandonado o carro; um seria o dono da biqueira; e o último foi quem teria dirigido com o PM até a comunidade.

No dia 22 de abril, o sétimo envolvido teria se entregado espontaneamente na Divisão de Homicídios de Santos. Já o oitavo suspeito foi encontrado e preso por volta das 19h30 do último dia 26, na Avenida São Gonçalo, em Bertioga. A polícia conseguiu identifica-lo e localiza-lo após os relatos dos outros presos. Em seu depoimento, foi citado um local onde o policial teria sido levado, no Guarujá. Após se dirigirem até o endereço citado, a polícia não encontrou indícios do crime.

Ainda sobre essa última prisão, foi constatado que o suspeito tinha um mandado de prisão temporária em aberto. O caso foi registrado na Delegacia de Polícia do Guarujá como captura de procurado.

Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), na tarde do último dia 24, policiais civis da 3° Delegacia de Homicídios do Deinter 6 também localizaram um barraco na Rua Argentina, no Guarujá, onde o soldado teria sido mantido.

No último dia 10, outro suspeito, de 41 anos, foi capturado por policiais militares, em cumprimento a um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça.

Até o momento, foram presos 12 envolvidos no caso, sendo o último, citado acima na reportagem. Os outros, não foram informados pela SSP (Secretaria de Segurança Pública).

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