As forças de segurança do estado de São Paulo se uniram para desarticular o ecossistema financeiro de uma facção criminosa responsável pela distribuição de drogas no centro da capital paulista, e deflagraram a ‘Operação Salus et Dignitas’, que resultou em 117 mandados de busca e apreensão e sete de prisão. Entre os presos está Leonardo Monteiro Moja, de 46 anos, um dos líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital), responsável pelo tráfico de drogas na Cracolândia (SP), que foi encontrado em Praia Grande, litoral paulista.
De acordo com as investigações, que vêm sendo realizadas há 1 ano com o trabalho conjunto das Polícias Civil e Militar e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, a quadrilha usava hotéis, comércios e outros estabelecimentos no entorno das cenas abertas de uso para lavar dinheiro do tráfico e fomentar o crime. Além disso, os criminosos mantinham um depósito de armas na região.
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Moja foi preso no apartamento em que morava com a esposa e as filhas, na Rua Dep. Laercio Corte, no bairro Vila Caiçara. Ele é apontado como o dono dos imóveis acima citados, comprados em nome de laranjas. O líder do PCC estava em liberdade condicional, e tem outras passagens criminais, em 2017 e 2021.
A operação deflagrada na manhã de terça-feira (6), recebeu este nome pois significa ‘saúde e dignidade’ em latim, e de acordo com o promotor Lincoln Gakyia, a escolha não foi casual, pois “o foco é proteger os dependentes químicos”, falou em referência à cena aberta de uso de entorpecentes na conhecida ‘Cracolândia’ de São Paulo.
Mais de R$ 155 mil em espécie foram apreendidos na ação, bem como 122 celulares, 23 computadores, 78 veículos e 96 HDs, USBs e pendrives. Todos os objetos vão passar por perícia e devem servir para dar sequência às investigações. Além disso, dez estabelecimentos comerciais foram interditados.
“Essa é mais uma etapa das diversas operações que realizamos no centro de São Paulo para atacar a logística criminosa que se instaurou na região”, comentou o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite.
De acordo com o chefe da pasta da segurança paulista, essa ação conjunta é um passo fundamental para combater o crime organizado que atua no local. “Identificada a raiz do problema e aqueles que lucram com a violação dos direitos humanos das cenas abertas de uso, cabe aos nossos agentes de segurança desarticular esse ecossistema para que, de forma inédita, possamos tratar o problema da região de maneira ampla e revolvê-la para a população. Os índices de criminalidade em queda demonstram que estamos no caminho certo” explicou.
Para o governador de São Paulo, a operação representa um grande marco na história do estado devido a integração das forças de segurança. “As pessoas olham para a situação no centro e só notam a ponta do iceberg, mas hoje nós atacamos todo o ecossistema por trás disso”, afirmou.
Sobre a operação
A operação contou com mais de 1,3 mil agentes públicos, 30 cães do Canil da Polícia Militar e duas aeronaves, com foco na desarticulação da logística do crime organizado em diferentes pontos da região central da capital paulista. Houve a participação da Polícia Federal, da Rodoviária Federal e Receita Federal.
Uma equipe multidisciplinar, composta por profissionais de saúde e da assistência social, foi responsável pelo atendimento às famílias que estão alocadas nos imóveis alvos da operação. Após o acolhimento inicial e a triagem, as pessoas foram encaminhadas aos equipamentos do estado e do município, como a Central Integrada de Atenção e Acolhimento, o Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas, unidades de saúde e abrigos de passagem, de acordo com a necessidade de cada um.
A operação contou também com ações integradas de outras pastas do governo e da Prefeitura de São Paulo para a emissão de documentos, alimentação, distribuição de kits com roupas e produtos de higiene pessoal. Entre esses órgãos estão as secretarias de Desenvolvimento Social, Desenvolvimento Urbano e Habitação, Fazenda e Planejamento, Saúde, Gestão e Governo Digital, da Defesa Civil do Estado e do Fundo Social de São Paulo.
, responsável pelo tráfico de drogas na Cracolândia (SP), que foi encontrado em Praia Grande, litoral paulista.){kind=link}