A Lojas Marisa sofreu um ataque cibernético do tipo ransomware na última terça-feira (5), o que causou instabilidade temporária em parte dos sistemas da companhia.
Ransomware é um ‘sequestro’ e criptografia dos dados digitais por parte de cibercriminosos, que então fazem uma extorsão em troca do retorno desses dados. Segundo o Panorama de Ameaças 2024, da empresa de cibersegurança Kaspersky, o Brasil é o principal alvo de ransomware na América Latina. Entre junho de 2023 e julho de 2024, foram detectados mais de 487 mil ataques no país, equivalente a 1.334 ataques por dia.
“Apesar da dinâmica do sequestro exigir a extorsão em troca do retorno dos dados, nem sempre os criminosos fazem a entrega da chave para descriptografá-los, mantendo as informações ‘refém’ por tempo indeterminado. E, a partir disso, eles podem fazer a venda dessas informações para empresas ou simplesmente vazá-las em espaços como a deep web. Há uma série de consequências. Por isso mesmo, empresas de grande porte fazem um investimento robusto em tecnologia, o que ainda não impede cibercriminosos de evoluir cada vez mais suas práticas”, explica o especialista em Cibersegurança da Piersec, Alex Vieira.
Em nota, a Lojas Marisa informou que tomou as medidas de segurança e controle apropriadas para mitigar impactos e restabelecer a normalidade da operação. Disse, ainda, que suspendeu temporariamente parte dos sistemas para proteção de informações.
Ainda de acordo com a companhia, as operações das lojas físicas tiveram um impacto momentâneo, mas já foram retomadas. Até o momento, a empresa atestou que a ameaça está sob controle e não deve causar grandes impactos em suas operações e sistemas, mas está avaliando o incidente para apurar sua extensão e eventual necessidade de adoção de medidas adicionais.