Nesta quarta-feira (11) foi realizado o 26º Mutirão de Combate ao Aedes aegypti de 2024 no bairro Boqueirão. Foram escalados 69 agentes de combate a endemias e 25 agentes da Terracom, que fizeram a vistoria no bairro e eliminaram 69 focos de mosquito, em 1.851 imóveis visitados. Os agentes retornarão ao bairro no sábado (14) para visitar os locais fechados e as recusas e também vão realizar uma segunda etapa do mutirão no bairro na próxima quarta-feira (18).
A primeira etapa do mutirão no bairro compreendeu a área formada pelas Avenidas Vicente de Carvalho, Washington Luís e Siqueira Campos e pelas ruas Mato Grosso e Lobo Vianna. A empresa Terracom disponibilizou um caminhão para a retirada de materiais inservíveis, que têm potencial para gerar criadouros do mosquito transmissor da dengue, chikungunya, zika e febre amarela urbana.
O próximo mutirão será o último do ano, mas a batalha contra o Aedes nunca termina, principalmente no verão de Santos, época em que a temperatura e a umidade da Cidade criam um ambiente propício para o mosquito. O Chefe do Centro de Controle de Zoonoses e Controle de Vetores (CCZV), Boanerges de Oliveira, pede a cooperação da população neste verão. “Fizemos mutirões pela Cidade durante o ano todo para conscientizar os munícipes. Se as pessoas tirarem 10 minutos por semana para fazer uma vistoria nas suas residências e eliminar possíveis criadouros, poderemos ter uma redução dos casos de dengue no verão”.
O trabalho de vistoria deve ser semanal por conta do ciclo do mosquito, que se desenvolve de 7 a 10 dias. Limpar calhas, manter ralos fechados e prestar atenção na tampa das caixas d’água são alguns dos cuidados básicos que ajudam a interromper o ciclo do mosquito (confira mais dicas abaixo).
O empresário e orientador físico Rodrigo Ponce, 33, é morador do bairro Boqueirão e toma todos os cuidados para evitar a proliferação dos mosquitos. “Tive dengue há uns 3 anos e fiquei muito mal, acamado. Tomo todos os cuidados na minha casa e nas duas academias que tenho, retirando água do vaso das plantas e dos pneus que usamos para treino, esses mutirões são fundamentais para ajudar a população e os comércios”, explica.
A moradora Cássia Capp, 61, também toma cuidado com água acumulada e vê a importância das informações que os agentes de endemia passam durante os mutirões. “A conscientização é mais importante do que lutar contra o nascimento dos mosquitos, é um trabalho extremamente importante disseminar informação para a população”, completa.
BALANÇO
Os mutirões realizados no ano de 2024 em Santos já eliminaram 1.320 focos com larvas de mosquito. Este ano, foram confirmados 5.194 casos de dengue e 151 de chikungunya no Município.
O MOSQUITO
As fêmeas do mosquito Aedes aegypti depositam ovos em locais de água parada. Esses ovos necessitam de água e calor para eclodir. Assim surgem as larvas, que mais tarde se transformam em pupa e, por fim, em mosquito.
Somente as fêmeas se alimentam de sangue humano, necessário inclusive para a maturação de seus ovos antes de serem depositados. Porém, se essa fêmea tiver picado uma pessoa infectada por dengue ou chikungunya, ela se torna transmissora dos vírus ao sugar o sangue de outros indivíduos.
VACINA
A vacina contra a dengue segue disponível nas policlínicas para crianças e jovens de 10 a 14 anos. Para completar o esquema vacinal são necessárias duas doses, com intervalo de três meses entre elas.
PRINCIPAIS DICAS
Verifique se há água parada em vasos e pratos de plantas
Pias – verificar vazamentos e manter ralo vedado
Ralos no chão – tampá-los com tela, caso não sejam do tipo abre e fecha. Aplicar água sanitária duas vezes por semana
Bandeja externa de geladeira – verificar se há acúmulo de água, limpar e manter seca
Vaso sanitário e caixas de descarga – manter tampados
Calhas e lajes – caso não seja possível verificar se acumulam água, procurar identificar sinais de umidade. Em caso afirmativo, providenciar a resolução do problema
Caixas d’água – verificar a condição das tampas. Solicitar a reposição daquelas ausentes ou quebradas
Fontes ornamentais, bebedouros de animais domésticos, piscinas – verificar a presença de organismos vivos dentro da água. Fazer limpeza regularmente