Quadrilha envolvida em roubos a carros-fortes é desarticulada em operação e cidades da Baixada Santista estão entre os alvos

A Polícia Civil, Militar, Federal e o Ministério Público deflagraram, em ação conjunta nesta segunda-feira (16), a Operação Caracará, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa envolvida em roubos a carros-fortes e transportadoras de valores. Entre as cidades alvos de cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão, está a cidade de Mongaguá. Praia Grande também já foi alvo na primeira fase do trabalho policial.

Cerca de 400 agentes operacionais estão empenhados na ação, que ainda está em andamento, sendo mais de 300 policiais civis e militares do Comando de Policiamento de Choque, além de promotores de Justiça e servidores do Ministério Público. A Justiça determinou o bloqueio e apreensão de bens, incluindo imóveis, veículos e ativos financeiros dos alvos.

Ao todo, são cumpridos 15 mandados de prisão temporária e 48 de busca e apreensão em 17 cidades do estado de São Paulo, sendo elas: Ribeirão Preto, Franca, Serra Azul, São Paulo, Santo André, São Caetano do Sul, Taboão da Serra, Guarulhos, São José dos Campos, Jacareí, Mogi-Mirim, Mogi-Guaçu, Atibaia, Mongaguá, Cosmópolis, Santa Bárbara d’Oeste e Americana.

Esta é a segunda fase da operação, que teve início após uma série de crimes ocorridos na região de Ribeirão Preto, quando uma quadrilha especializada em roubo a carros-fortes, atacou um veículo na rodovia Cândido Portinari, no dia 9 de setembro deste ano.

O caso foi investigado pela Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) e pela Delegacia de Investigações Gerais de Franca, incluindo o Grupo de Repressão a Roubos de Cargas e Caminhões da Delegacia de Polícia Federal em Campinas e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Franca.

São investigados suspeitos que possuem relação com a organização criminosa. A força-tarefa formulou pedidos cautelares junto ao juízo da 2ª Vara Criminal da Comarca de Franca, que expediu os mandados judiciais. Além disso, foram decretados o bloqueio, apreensão de bens, como ativos financeiros, imóveis, veículos e objetos de valor, com o objetivo de asfixiar financeiramente o ecossistema do crime e recuperar os ativos. Foi apurado que a organização possui diversas células e núcleos interligados para a prática dos crimes.

A operação foi nomeada de Carcará em homenagem ao sargento Marcio Ribeiro, da Polícia Militar, integrante do 11º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep), de Ribeirão Preto, morto em confronto com os criminosos no dia 11 de setembro de 2024, durante uma tentativa de assalto a carro-forte no interior paulista. Era dessa forma que colegas e amigos o chamavam.

Sobre o caso

Cerca de 12 assaltantes bloquearam a via e interceptaram um carro-forte, usando fuzis, itens de guerra, carros blindados e explosivos. O bando explodiu o carro-forte na tentativa de roubar o dinheiro. Em seguida, os criminosos fugiram. Houve ao menos três confrontos entre o grupo e policiais, sendo que diversas pessoas ficaram feridas, dentre civis e militares.

No dia 11 de novembro, os criminosos realizaram outro ataque, mas um veículo utilizado pela quadrilha foi acompanhado por três viaturas do 11º Baep, na rodovia Joaquim Ferreira, na cidade de Altinópolis. Três suspeitos morreram durante o confronto, além de um policial militar e de um motorista de caminhão. Um dos envolvidos nos crimes está preso desde o dia 10 de setembro.

Prisões

A primeira fase da ação ocorreu no dia 4 de outubro, para cumprir de mandados de busca e apreensão na comunidade de Paraisópolis, na capital, e em Praia Grande. Um fuzil, uma pistola e drogas foram apreendidos. O suspeito, que reagiu e foi baleado, e uma mulher eram foragidos da Justiça e utilizavam documentos falsos. Ela e uma terceira pessoa que estava no local foram presos em flagrante. 

Outro alvo foi preso no dia 24 de outubro em São Paulo. Ele estava com fuzis, munições, itens e petrechos utilizados pela quadrilha, mapas da cidade de Praia Grande, além de drogas e material utilizado no tráfico. Ele também estava foragido desde o ano de 2009 e, segundo as investigações, teve envolvimento na morte de dois policiais militares na cidade de Santo André.

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