Professores da rede municipal de ensino de São Vicente, estão desde quinta-feira (3) em greve, após o Sindicato dos Trabalhadores no Magistério e na Educação (Sintramem) rejeitar a proposta do reajuste salarial apresentado à categoria. As manifestações desta sexta-feira (4) começaram na Praia do Itararé, e seguiram no Paço Municipal. Houve confusão com spray de pimenta e uma professora ainda foi atropelada.
Desde o começo da greve, as aulas nos bairros como Humaitá, Catiapoã, Vila Margarida, Vila Mateo Bei, Cidade Náutica, Rio Branco e Centro, foram prejudicadas por falta de professores.
De acordo com a Prefeitura de São Vicente, o Sindicato dos Trabalhadores no Magistério e na Educação Municipal de São Vicente (Sintramem) descumpriu a determinação judicial de manter 70% dos profissionais da educação atuando nas escolas e, também, não compareceu à audiência de conciliação marcada para a tarde de quinta-feira (3), no Tribunal.
“O não comparecimento de representantes do Sintramem prejudica as tratativas para que a situação da paralisação seja resolvida da melhor forma, sem mais prejuízos para os alunos e para os professores, pois seria nesse momento que a negociação aconteceria, bem como tratativas sobre descontos por faltas e sobre reposições. O sindicato foi devidamente intimado na manhã da quinta-feira, inclusive quanto à audiência de conciliação, optando deliberadamente por não participar.”, explicou a pasta.
O presidente do Sindicato, Roberto Ciccarelli Filho, informou que não compareceram à audiência pois seu jurídico foi informado sobre a mesma na manhã de quinta-feira, e que não teriam tempo hábil de se preparar. Ele também ressalta que não precisa da Justiça para resolver a situação com o prefeito da cidade, Kayo Amado. Uma nova data para tratativas é aguardada.
A Prefeitura de São Vicente ressaltou que está empenhada em resolver a situação, “dentro, claro, da responsabilidade fiscal com as verbas disponíveis para este ano e sem prejudicar outros investimentos na educação vicentina.”.
O reajuste proposto para 2025 foi de 3,5% no salário base dos profissionais da educação, além de acréscimo de R$ 100 mensais no Auxílio Educação. O sindicato, porém, reinvidica correção inflatória de 4,82%, um plano de recuperação salarial de 13,07% referente ao período de 2021 a 2023, aumento na cesta básica, de R$ 400,00 para R$ 805,84, e reajuste no auxílio educação, de R$ 250 para R$ 700,00.
Como justificativa do reajuste proposto, a administração municipal explicou que “a Educação no país é financiada com recursos do FUNDEB, repassado pelo governo federal em conta específica da Prefeitura, da qual se deve gastar, no mínimo, 70% com salários de profissionais da educação e, o restante, com investimentos.”. A pasta informou ainda, que atualmente, 86% do FUNDEB municipal é utilizado para pagamento de salário de professores, restando apenas 14% para investimentos.
“Hoje, a média salarial dos docentes é de R$ 6.500,00 para 5h de aula. É importante ressaltar ainda que, apesar da estimativa do governo federal de redução de -6% do FUNDEB, São Vicente oferece aos profissionais um percentual de aumento acima dos valores que receberá do Fundo.”, explicou a Prefeitura.
Atropelamento
Os professores que estavam no começo da manhã na Praia do Itararé, aproveitavam os semáforos fechados para irem à frente dos veículos com faixas reinvidicando o aumento salarial. Em uma dessas vezes, uma professora acabou atropelada.
Segundo a administração municipal, o ocorrido na Avenida Ayrton Senna se deu pelo fato de que, enquanto o semáforo estava aberto para veículos, uma pedestre estava voltando para a calçada, fora da faixa de pedestres, o que ocasionou seu atropelamento por uma motocicleta.
“Ela foi prontamente atendida pelos agentes de trânsito que estavam no local e rapidamente atendida pelo SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), que a encaminhou ao Pronto-Socorro Central com dores no pé esquerdo e pequenas escoriações na perna esquerda.”, finalizou a pasta.