A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (11), a segunda fase da Operação Taeguk, com o objetivo de aprofundar a repressão e desarticulação de associação criminosa sediada na Baixada Santista, especializada no tráfico internacional de drogas a partir de portos brasileiros, com foco no transporte de grandes cargas de cocaína por meio de embarcações marítimas. Estão sendo cumpridos 10 mandados de busca e apreensão e outros 12 de prisão.
Na primeira fase, deflagrada em novembro do ano passado, já haviam sido cumpridos 10 mandados de prisão preventiva e 39 mandados de busca e apreensão em endereços situados nos estados de São Paulo (São Paulo capital, Santos, Guarujá, São Vicente, Praia Grande, Bertioga, Caraguatatuba e Paraibuna), Rio de Janeiro (Duque de Caxias), Pará (Belém e Barcarena) e Maranhão (São Luís).
Nesta segunda fase, de acordo com a corporação, são cumpridas 12 ordens de prisão e 10 mandados de busca e apreensão em diferentes localidades do país: 1 em Angra dos Reis (RJ), 1 em Vera Cruz (BA), e 8 no Estado de São Paulo, distribuídos entre os municípios de Praia Grande (1), Guarujá (4), São Vicente (1) e Bertioga (1).
As diligências visam à responsabilização penal de indivíduos envolvidos no transporte de 1.600 kg de cocaína, carregados em uma embarcação que partiu do litoral paulista e teve a droga apreendida posteriormente na região de Cabo Verde. As investigações apontaram que o grupo criminoso atuava mediante sofisticadas técnicas de ocultação da droga em navios, incluindo a utilização de compartimentos ocultos e a cooptação de tripulantes, com o objetivo de abastecer os mercados europeu e africano.
Além das medidas restritivas de liberdade e busca, também foi determinado o bloqueio de bens e valores até o montante de R$ 310 milhões, “visando a descapitalização da organização criminosa e a reparação dos danos decorrentes da atividade ilícita”, ressaltou a corporação.
Os investigados poderão responder pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e organização criminosa, cujas penas podem ultrapassar 35 anos de reclusão, com agravantes em razão da transnacionalidade dos delitos.
O nome da operação faz alusão à bandeira da República da Coreia (Coreia do Sul), local onde foi realizada a primeira apreensão relacionada ao grupo criminoso, fato que deu origem às investigações que agora se desdobram em sua segunda fase.
Primeira fase
As investigações revelaram que o esquema funcionava da seguinte forma: indivíduos com expertise em mergulho submarino, se aproveitavam desse conhecimento para “prestar serviços” para outras organizações criminosas mediante a contaminação com droga da caixa mar submersa (sea chest) de navios situados nas áreas de fundeio de portos brasileiros.
Outra maneira de inserção de drogas nas embarcações era feita pela modalidade de içamento, quando necessariamente há participação de tripulantes dos navios na colocação e ocultação da droga.
A organização criminosa situada em território brasileiro contava com o apoio de uma rede de mergulhadores ao redor do mundo para a retirada da droga quando a embarcação chegava em outros países.
Neste esquema deste grupo, apenas em 2024, foram identificados ao menos sete eventos de tráfico transnacional de drogas, que totalizam, aproximadamente, mais de uma tonelada apreendida de entorpecentes.



