Como planejar o 13º salário: especialista dá dicas para quitar dívidas, poupar e evitar gastos impulsivos

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Com a chegada do fim do ano, o 13º salário surge como um alívio financeiro para milhões de brasileiros, trazendo oportunidades para reorganizar as finanças e planejar o próximo ano com mais tranquilidade. No entanto, em um cenário onde cerca de 70 milhões de pessoas estão endividadas, segundo dados da Serasa Experian, é essencial fazer escolhas conscientes para evitar que esse recurso extra se transforme em mais problemas financeiros.

Resende Neto, especialista em finanças, destaca que o 13º pode ser um grande aliado para quem deseja equilibrar as contas e começar 2025 com o pé direito. “Esse dinheiro é uma excelente oportunidade para quitar dívidas, construir uma reserva de emergência ou até mesmo investir em metas financeiras de longo prazo. A chave está no planejamento e em evitar gastos impulsivos”, explica.

Quitar dívidas e evitar o endividamento futuro

Priorizar a quitação de dívidas, especialmente as de juros altos, é uma das principais orientações de Resende. Ele explica que dívidas como cartão de crédito e cheque especial podem se tornar “uma maldição”, consumindo grande parte do orçamento mensal. “Não há planejamento financeiro que resista a essas dívidas. Ao quitá-las, você melhora seu fluxo financeiro e cria condições para alcançar liberdade financeira no futuro”, afirma. Ele também recomenda evitar o uso do 13º para gastos supérfluos, pois isso apenas adia o problema.

Além disso, Resende sugere um planejamento cuidadoso para o pagamento de despesas fixas do início do ano, como IPTU, IPVA e material escolar. “Esses custos não são surpresas; sabemos que chegam todo ano. Usar o 13º salário para antecipá-los pode evitar novos parcelamentos e juros desnecessários”, aconselha.

Outra dica é renegociar dívidas antes de quitá-las. “Ao negociar diretamente com credores, muitas vezes é possível obter descontos significativos para pagamentos à vista. Isso potencializa o uso do 13º salário e reduz o impacto financeiro no orçamento”, orienta Resende.

Construir uma reserva financeira e controlar os gastos de fim de ano

Para quem não está endividado, o especialista sugere destinar 20% a 30% do 13º salário para formar uma reserva financeira em investimentos de alta liquidez e baixo risco, como Tesouro Selic, CDBs ou até contas de pagamento remuneradas. “É importante ter uma reserva equivalente a, pelo menos, seis meses do custo fixo. Isso serve como um colchão para imprevistos e evita que você recorra a empréstimos em momentos de emergência”, explica Resende.

Outro desafio típico do fim de ano é a pressão para gastar em presentes e festas. Resende destaca que o segredo está no planejamento: definir um valor máximo para cada presente e, se possível, compartilhar os custos das celebrações com familiares e amigos. “O presente não precisa ser caro; o valor emocional é o que importa. Além disso, festas podem ser feitas em conjunto, onde cada um contribui com algo. Isso promove economia e reforça o espírito colaborativo das celebrações”, sugere.

Para otimizar ainda mais as finanças, Resende orienta o uso consciente de descontos em promoções como Black Friday, evitando compras impulsivas. Ele recomenda elaborar uma lista prévia de itens necessários e estabelecer um limite de gastos.

Evitar erros comuns no uso do 13º salário

Entre os erros mais frequentes, Resende aponta o consumo impulsivo, motivado por promoções e campanhas publicitárias, e o parcelamento excessivo. “Muitas pessoas gastam como se o 13º fosse um dinheiro extra ilimitado, sem pensar no impacto das parcelas nos meses seguintes. É essencial planejar e pagar à vista sempre que possível, já que os juros costumam estar embutidos nos preços parcelados”, alerta.

Outro erro é destinar o 13º exclusivamente para consumo, sem considerar a possibilidade de investimento. “Embora o fim do ano seja um momento de confraternização, é importante reservar parte desse dinheiro para objetivos de longo prazo, como uma viagem, estudos ou até mesmo um plano de aposentadoria”, ressalta.

Com dicas práticas e uma visão clara sobre as prioridades, o especialista conclui que “o 13º é uma ferramenta poderosa quando usado estrategicamente. Seja para quitar dívidas, poupar ou até mesmo investir, o importante é pensar no longo prazo e evitar decisões impulsivas.”

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