Curta-metragem “Emblema” aborda envelhecimento de pessoas trans e importância de redes de apoio

Inspirado em histórias reais, o curta-metragem de ficção “Emblema”, com direção e roteiro assinados por Platão Capurro Filho, estreia na próxima segunda-feira, 31 de março, às 19h30, no Espaço Multicultural de São Vicente (SP), com entrada gratuita. A obra narra o envelhecimento de uma mulher trans e ressalta a importância da criação de uma rede de apoio para idosos LGBT+.

“Emblema” é uma realização da Widia Cultural em coprodução com a Orvalho Filmes e foi contemplado pela Lei Paulo Gustavo do município de São Vicente (2023).

A primeira exibição em pleno Dia Internacional da Visibilidade Transgênero reforça a intenção do filme em propor uma reflexão sobre a atual situação dos quase 3 milhões de idosos LGBT’s que hoje vivem no Brasil. Uma geração que sempre conviveu com o abandono e o preconceito, nascida em plena Ditadura Militar e que enfrentou a AIDS e, mais recentemente, a COVID-19 – nos dois casos sendo considerada grupo de risco.

“A solidão é recorrente, muitos foram expulsos de casa na adolescência. O abandono favorece a depressão e outros traumas. E a dificuldade de acesso ao serviço público de saúde se agrava quando falamos de pessoas trans idosas, já que a expectativa de vida delas é de apenas 35 anos, em contraponto ao aumento da longevidade no país, hoje estimada em 76,6 anos”, comenta o diretor Platão Capurro Filho.

No filme, uma mulher trans com idade avançada sente as consequências do uso de silicone industrial e o aparecimento de sintomas do transtorno neurodegenerativo progressivo, em meio ao desprezo e transfobia de parentes próximos. A trama é fictícia, mas remete a casos reais dos quais o diretor teve conhecimento.

O elenco reúne os atores Barbra Ruan, Gilson de Melo Barros, Patrycia Nunes, Zé Fernando, Camila Baraldi, André Leahun, Henrique Nascimento, Alex Sandro, Jachson Bispo, Joana Chaves, Higor Donizete, Bruno Monin e Tio Andy. A codireção e edição é de Eduardo Ferreira, enquanto a direção de fotografia é assinada por Gaspar Lourenço.

A realização de “Emblema” é, também, uma forma de pedir perdão às mulheres trans e travestis e fortalecer a criação de redes de apoio. “Homens gays da minha geração contribuíram para a criminalização dessas pessoas. Na minha juventude, vários amigos gays se afastaram por eu ter amigas travestis”, lembra o diretor, que durante a pandemia da COVID-19 produziu o documentário Daddies – Histórias de Homens Gays Com 50+.

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