Eleições SFC: Ricardo Agostinho promete equipe competitiva em busca de lucro e visibilidade

Créditos: Leonardo Francisco

O THMais continua com a série de entrevistas com os candidatos à presidência do Santos Futebol Clube. As eleições vão acontecer no próximo dia 9 de dezembro e nesta sexta-feira (17/11) foi a vez do candidato Ricardo Agostinho falar das propostas ao clube.

Em visita aos estúdios da TV Thathi Band Litoral, ele falou das propostas para o Santos. Entre os projetos está a busca de montar um elenco qualificado, não apenas para buscar o título, mas também atrair novos investidores e visibilidade.

De acordo com ele, com a equipe fora de competições, como a Copa do Brasil e torneios sul-americanos, o déficit financeiro será sentido. A previsão é que o clube deixe de receber R$ 8,5 milhões.

Confira a entrevista completa abaixo:

Caso seja eleito, o que pretende fazer para equilibrar as contas e, ao mesmo tempo, investir na formação de um time competitivo?

Os últimos três anos foram aprendizados do que não deve ser feito. Os torneios, como Copa do Brasil, Libertadores da América e Sul-Americana, estão pagando muito bem. E obviamente a medida que a equipe avança de fase, vai obter mais lucro. O Santos deixou de ganhar R$ 200 milhões com as eliminações, gastou dinheiro com contratações feitas no desespero e não funcionaram.

O Santos tem que ter um elenco forte e competitivo. Não dá para admitir uma equipe entrando no campeonato para não cair. Devemos trazer jogadores que venham agregar, rodar o elenco e concentrar um time forte.

Nosso dever é fazer com que o Santos, pelo menos chegue entre os semifinalistas do Campeonato Paulista e brigue pelo G6 do Campeonato Brasileiro, onde eles disputam a Libertadores. Nosso foco no próximo ano é obter estas classificações, para faturar em 2025. Torcemos para que o técnico Marcelo Fernandes leve o Santos para jogar a Sul-Americana, porque precisamos trabalhar e aparecer na TV e aos torcedores. Assim melhoramos a marca, atraímos investidores e evoluímos o marketing.

Nos últimos anos, o clube “vendeu as máquinas”, para pagar as contas. Mas não consegue produzir mais nada. O Santos é Futebol Clube e o investimento tem que ser no futebol. A partir de 11 de dezembro, ao ser eleito, vou trabalhar para deixar tudo funcionando.

Quanto a questão da SAF, o que será adotado no Santos, para não cometer erros que outros clubes que estão brigando contra o rebaixamento do Campeonato Brasileiro estão cometendo? O que fará para trazer investimentos?

Este primeiro modelo de SAF se mostrou péssimo. Pegou clubes com diversas dívidas financeiras e corriam riscos de fecharem as portas. Por este primeiro momento funcionou. Mas agora com outros modelos e os clubes com valores melhores a SAF deve ser adotada. Penso sim em fazer SAF, mas sem vender mais de 50% aos investidores. Tempos que capitalizar o clube, busca garantias, deixa as contas em dia e investe em contratações de jogadores e depois paga, garantindo saúde financeira, com os ótimos resultados em campo.

O próximo passo é obter credibilidade no mercado. O modelo do Bayern de Munique (ALE) é o ideal. Nele, uma parte para grandes parceiros que vão investir pesado no clube. Hoje o Bayern é um dos maiores do mundo e tem hegemonia na Alemanha. O Santos não pode vender as ações para pessoas que não tenham ligações com o clube. Mesmo que apareça R$ 1 bilhão, fico reticente, pois ele pode visar somente o lucro próprio e não do clube. A SAF vai acontecer no meu mandato, mas com responsabilidade e respeito do clube.

Como fazer com que as negociações de atletas, gerem renda aos clubes e não haja mais equívocos de perdas de joias sem custo ou para a venda muito abaixo do ideal?

Quanto as categorias de base, todos que vão para lá, não querem saber de investir no clube, melhorar a marca. Trazem alguns jogadores que não dão retorno técnico esperado, gasta com jogadores com problemas técnicos e físicos. É necessário colocar aos garotos da base, que mostram ter um grande potencial, um plano de carreira que assegure eles por mais tempo e gerem boas vendas. Exemplos nos casos de Neymar e Ganso, onde vão ter “gatilhos” financeiros, gerando retorno ao clube.

Quando forem vendidos, após 3 anos prestados eles tem que ir a outros clubes gigantes, não a equipes medianas, mesmo que elas tenham poderio financeiro grande. Isto é tranquilo e fácil fazer. Não dá para fazer promessas para venda assim que surgirem propostas e fazer com que o jogador saia a qualquer custo.

Esta ‘mamata’ de vender jogador a qualquer custo comigo vai acabar. Teve jogadores vendidos a 10 e 15 milhões de euros, que não trouxeram retorno ao clube. Se ele sair, tem que ser por um valor que seja vantajoso ao clube.

O que fará para investir e melhorar o desenvolvimento das categorias de base?

A base foi desmantelada, tirando pessoas que são identificadas com o clube. Trouxeram pessoas de outros locais, que mudaram completamente o perfil de trabalho e de formação dos jogadores. A base tem que ser linear e reestruturada. Os atletas tem que entender uma metodologia e seguir com ela desde o Sub-11. Além de todo um processo para que ele entenda o futebol jogado. Teve jogadores que mal conseguiam chutar a gol e com estas etapas queimadas, prejudicou o próprio atleta e o clube.

O atleta da base, quando for ao profissional, mesmo que não seja um grande talento, mas já vai saber qual o papel a ser exercido em campo. A integração entre as comissões técnicas deve ocorrer e as pessoas compreendam a história do Santos Futebol Clube, que historicamente jogam no ataque. Está certo que uma vez ou outra ele jogue na defesa, mas a prioridade é jogar buscando o ataque.

Como o futebol feminino pode voltar a ser campeão?

Dá pena e tristeza ver os adversários terem ex-atletas que foram do Santos. O clube foi formador de talentos. Contávamos com parcerias de universidades, que ajudaram a foirmar. Hoje tudo foi deixado de lado e se envolveu em diversos problemas. O futebol feminino é profissional e o investimento é sério.

Já temos um acerto com a Prefeitura de Cubatão, para que um centro de treinamento seja construído para formar novas atletas. Temos uma vanguarda e devemos voltar a ter protagonismo e formador de novas atletas. A próxima Copa do Mundo está vindo e temos que revelar novas jogadoras e contratar atletas que deixem o time mais competitivo.

Tudo indica que a arena será construída a partir do ano que vem. Como você vai fazer para acompanhar o andamento das obras, cobrando que o prazo de dois anos seja cumprido? E onde o Santos será mandante durante este tempo sem a Vila Belmiro?

O Pacaembu tem interesse em todos os clubes, mas a prioridade do Santos será jogar no Pacaembu. Contudo nos jogos considerados grandes, vai ter que jogar em estádios grandes, como o Morumbi ou Allianz Parque, desde que seja de interesse do associado. Mas não vamos tirar a possibilidade de jogar no Interior de São Paulo e do Paraná ou no Mato Grosso, onde há uma grande concentração de santistas.

Contudo, precisamos vencer jogos e acumular pontos. Então, vamos conversar sempre com a comissão técnica, para verificar a possibilidade de mandar jogos em outros estados. O foco é que o time seja vencedor e obtenha boas classificações.

Quanto ao acompanhamento das obras da futura arena, o Santos recebe somente demanda e aprova sem ler. Temos que ter conselho para verificar, entender o projeto, os materiais usados, os custos e como será a condução das obras do estádio. A gestão não deve ser ‘onipresente’ e sim saber delegar e trazer pessoas que saibam trabalhar, cada um na área, fiscalizando, cobrando e buscando soluções. O prazo tem que ser obedecido, gerando benefícios ao clube, mas também para a cidade.

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