Kaique Oliveira Alves, de 17 anos, alega ter sido vítima de racismo em uma rede de supermercado em Peruíbe, litoral paulista. O adolescente estava com a namorada para comprar salgadinho, suco e refrigerante, no estabelecimento localizado na Avenida Padre Anchieta, no bairro Ribamar. Após passar pelo caixa, o segurança teria se aproximado, o acusando de roubar um chocolate e coloca-lo dentro da mochila.
O caso aconteceu no dia 8 de maio. Após o ocorrido, Kaique ligou para os pais, que compareceram ao local. Um dos funcionário explicou o que havia acontecido, e disse que não era a primeira vez que o jovem teria furtado naquele comércio, alegando que o mesmo sempre fazia isso com amigos da escola.
Em um vídeo feito durante a discussão da família com os funcionários do comércio, é possível ouvir o jovem dizendo “eu não roubei nada, gente”. Em outro momento, um homem que trabalha no local, levantou a hipótese de existir um fundo falso na mochila. No final da gravação, a família começa a alegar que Kaique só teria sido abordado por ser negro.
As câmeras de monitoramento do estabelecimento foram mostradas ao pai, mas o momento em questão sobre o furto de um chocolate, não apareceu. Kaique disse que teria pego um chocolate na gôndola onde ficam produtos próximos ao vencimento, mas teria desistido de leva-lo e deixou o produto próximo da água sanitária, conforme aparece no início do vídeo acima.
A Polícia Militar foi acionada para atender a ocorrência, mas no preenchimento da notificação não foi colocado nenhum crime no documento, além disso, apenas o nome do gerente constava no registro, o que impediu a geração de um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil. O caso foi registrado como preconceitos de raça ou de cor – injúria de forma online e também presencialmente na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), em São Paulo.
Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), o delegado do 1° Distrito Policial (DP) de Peruíbe determinou diligências visando ao total esclarecimento da ocorrência.